domingo, 30 de janeiro de 2011

Sobre História, Música e Representação: O Rio Grande do Sul e outros olhares.

Hoje tive a felicidade de ver meu artigo publicado na Revista O VIÉS (aliás, recomendo! É muito boa: www.revistaovies.com ), então aproveitei pra vir divulgar meu próprio artigo aqui no blog também e deixar alguns comentários!

Sabem né... Ser Tradicionalista e Historiadora é complicado! Há uma linha muito sutil onde se deve estar para não se tornar fanática/revoltada com o tradicionalismo ou fanática/revoltada com a produção de história. 

Busco o equilíbrio entre ambos sempre, por amar ambos!

Antes, quero tecer alguns comentários! Óbvio que não quero duvidar da capacidade intelectual de ninguém, mas alguns termos que são meio comuns entre quem estuda história como "profissão", não são comuns aos que estudam como "opção". Então gostaria de citar exemplos "grosso modo"... Já que o trabalho é focado ao meio nativista! Pra quem está adaptado aos termos, desculpe! E pule esta primeira parte, hehehe!
  • Imaginário: O imaginário de alguma sociedade é aquilo que não é fixo, nem óbvio, mas que de alguma forma faz parte do cotidiano. Exemplo: Você sonha em ter uma casa própria, mas não tem. Se daqui 50 anos fosse feito um estudo sobre "a casa própria" e esse estudo não se preocupasse com o imaginário, nele seriam considerados apenas aqueles que tem casa própria. Mas aqueles que não a tem e desejam ter, são tão relevantes para o assunto quanto os proprietários. Voltando o tema para o RS, trabalho o Imaginário como aquilo em que a população assume como seu, tendo sido "verdade" ou não. O heroismo, a bravura do povo fazem parte do Imaginário do Sul... 
  • Representação: É aquilo que nós, tradicionalistas, fazemos. Representamos aquilo que acreditamos. O que acreditamos provém do nosso imaginário... E o representamos seja nas danças, nas festas campeiras, nos prendados, nas músicas, etc.
A grande questão é que alguns historiadores não aceitam a representação e nem o imaginário. Eu trabalho acreditando que ambos tem validade, pois o imaginário faz parte da vivência de cada ser humano, independentemente sobre o que for. Assim, representar esse imaginário é tão legítimo quanto o imaginário existir...

Bom, pra quem aguentou ler até aqui, se ainda tiver interesse, segue o artigo abaixo, hehe! Ele é adaptado da minha monografia, "Personagens anônimos da história Rio-grandense e seu reflexo no contexto musical Nativista do Rio Grande do Sul". Se alguém tiver interesse, é só gritar ;)

Vamos ao artigo... Aguardo comentários!
Grande beijo!

Sobre História, Música e Representação: O Rio Grande do Sul de outros olhares.[1]
Tainá Severo Valenzuela[2]


A historiografia tradicional, baseada especialmente na concepção positivista da história, deixou de legado também ao Rio Grande do Sul um conhecimento em nível popular fortemente resumido se comparado ao quanto se poderia explorar na história do Estado. Há certa indiferença diante da população que não nascera no berço da elite, mas é necessário percebermos que esta população de classe social mais baixa é base fundamental no transcorrer histórico em qualquer sociedade.
A vivência da cultura que viera perdurar e se tornar, após adaptações, característica do sul do Brasil, tem seu suporte nas vivências cotidianas tanto da elite rio-grandense quanto das classes inferiores. Essa observação nos remete à relevante observação de que não se deve resumir – isto inclui o já citado entendimento por conhecimento popular – a história regional no período que caracteriza o Levante Farroupilha, o que comumente ocorre. 
            Entre estes aspectos culturais, encontram-se as manifestações artísticas, como a música, e quando estas manifestações artísticas são referentes à terra (região) de onde se é nato chama-se “nativista”. Contemporaneamente, vimos surgir uma forte tendência musical nativista no Rio Grande do Sul que traz à luz da cultura a idéia de reverenciar justamente as figuras anônimas que foram peças chaves no transcorrer da história Rio-Grandense e que não compõem a camada elitizada. Num trabalho de maior extensão, pudemos analisar especificamente 10 composições musicais, produzidas entre o final da década de 1970 e o final da década de 2010, onde se pode perceber momentos da história rio-grandense que há pouco tempo ganharam visibilidade na historiografia, pois devido à influência principalmente Positivista eram temáticas inibidas para que se pudessem privilegiar os “grandes feitos”, os “grandes heróis”, recolhidos dos ditos documentos oficiais, característica da pesquisa histórica Positivista. É a mesma corrente que influencia o conhecimento popular que fora observado.  Com a influência de outras escolas teóricas (Marxismo, Annales, Nova História Cultural), novas fontes e objetos são admitidos na pesquisa histórica, como imagens, cinema e música, por exemplo.  
            Quanto ao uso da música como fonte e objeto de pesquisa em história, vemos ser uma corrente amparada diretamente pelos estudos da história cultural. Usar estas fontes faz com que o pesquisador assuma a condição de não buscar apresentar grandes verdades, assim como Sandra Jatahy Pesavento enfatiza: “Não mais uma era de certezas normativas, de leis e modelos a regerem o social. Uma era da dúvida, talvez, de suspeita, por certo, no qual tudo é posto em interrogação, pondo em causa a coerência do mundo” (2003, p. 15-16).
Estas considerações visam demonstrar que uma construção histórica através da música também oferece legitimidade à esta, e pode dar base para o entendimento do imaginário nos estudos históricos, onde a música vem ser uma das formas de representá-la. A compreensão da representação, neste caso, regional, é o reflexo onde o imaginário de uma população pode se concentrar na idéia de dar à história novos recortes temáticos que permitam a inserção de novos personagens, seus anseios, suas particularidades, encorpando o universo da cultura.
Para se abordar a situação do uso da música como objeto e fonte de história, precisa-se debruçar sobre alguns trabalhos que investigaram esta prática. O primeiro item à ser considerado é “História e música: canção popular e conhecimento histórico”, de José Geraldo Vinci de Moraes (2000). A grande preocupação de Moraes neste trabalho é demonstrar ao leitor que as relações entre história, cultura e música popular são extremamente proveitosas e válidas para a pesquisa e o ensino de história. Ainda, acredita que o desconhecimento da técnica musical não deve servir como pretexto ao pesquisador para evitar o uso da música enquanto fonte. O autor considera a importância do trabalho com a música não em sua técnica, mas a partir da sua difusão e de sua popularidade. Concluindo as colaborações obtidas com o texto de José Geraldo Vinci de Moraes (2000), concorda-se com o autor quando ele diz que:
É preciso considerar também que para o artista popular muitas vezes a cultura local e regional impôs, a seu modo, modelos e gostos, encarados geralmente como intransponíveis para a comunidade e para quem convivia com elas. De outro lado, o acesso e a troca de experiências diante da exposição de uma imensa variedade de obras e estilos expostos pela nova situação histórica e cultural permitiram a transposição dos limites de formas culturais fortemente marcadas pelos aspectos regionais e locais. (p. 217, grifo nosso)

A idéia de que vertentes que ou divergem ou reavaliam o contexto regional sob uma ótica menos popular recebe a ênfase que justifica este trabalho, assistido pela listagem das músicas apresentadas na versão completa deste trabalho. Mesmo que na música nativista Rio-Grandense mantenha-se o estilo musical nos instrumentos utilizados e na linha melódica, por exemplo, o rompimento com os conhecimentos mais tradicionais da história urgem como a “transposição das formas” sugeridas pelo autor.
O autor Marcos Napolitano colabora muito com a temática, e observa-se então sua obra “Fontes audiovisuais: a história depois do papel”, do ano de 200, onde Napolitano interliga as diversas possibilidades de fontes e as formas de utilizá-las, problematizando-as. Demonstra ter havido um atraso por parte dos historiadores em usar a música como objeto de pesquisa, já que pesquisadores de outras áreas já se valiam da análise musical para seus estudos. Diferencia os conceitos acerca os estudos da música em: Musicologia histórica, o estudo da vida e obra dos compositores (p. 255); Etnomusicologia, o estudo das manifestações musicais de grupos comunitários, não voltadas ao consumo (p.255); e Estudos em Música Popular, a produção voltada para o consumo, que precisava integrar-se às exigências do mercado musical, o que não extingue integralmente a personalidade do autor e do intérprete (p. 256-257).
Antes de refletirmos sobre em qual destas correntes este estudo se encaixa, é válido considerarmos o texto de Denys Cuchê (1999), “A invenção do Conceito Científico de Cultura”, quando o autor observa que a sociologia e a etnologia são criadas em função das reflexões à respeito do homem e da sociedade no século XIX. O autor discorre sobre a etnologia (cujas considerações são relevantes para compreendermos o conceito de etnomusicologia) como uma corrente que busca respostas para a diversidade, pois as “respostas biológicas” já não são suficientes para a compreensão da sociedade, conforme pode-se analisar na seguinte passagem: “Se eles reivindicam uma nova ciência, é para dar uma outra explicação à diversidade humana, diferente da existência de “raças” diferentes” (CUCHÊ, 1999, p. 33).
Percebe-se então que a diversidade passa a ser uma característica intrigante e relevante para a compreensão da sociedade no século XIX. Logo, desenvolver um conceito para a Etnomusicologia atenta para entenderem-se estas diferenças através das manifestações musicais. Encaixar este estudo em uma única corrente das apresentadas anteriormente por Marcos Napolitano é uma tarefa delicada e complexa, pois sabemos não estarmos estudando a Musicologia histórica, mas temos as manifestações de um grupo específico, (o que condiz com e Etnomusicologia) que, se não produzia especificamente para o mercado musical, também se valia dele. Portanto, este trabalho apresenta tanto características da Etnomusicologia quanto dos Estudos em Música Popular, conforme a definição de Napolitano (2005).
            Pode-se refletir também que a questão da música no contexto contemporâneo tem relação com o surgimento e o desenvolvimento da escrita, pois nosso estudo reside em obras musicais compostas de melodia e letra, e o foco da análise é a composição poética. Esta é uma questão abordada por Carlo Ginzburg (1989), em “Sinais: Raízes de um paradigma indiciário”, sobre o qual será observada a seguinte passagem:
Inicialmente, foram considerados não pertinentes ao texto os elementos ligados à oralidade e à gestualidade; depois também os elementos ligados ao caráter físico da escrita. O resultado dessa dupla operação foi a progressiva desmaterialização do texto, continuamente depurado de todas as referências sensíveis: mesmo que seja necessária uma relação sensível para que o texto sobreviva, o texto não se identifica com seu suporte. Tudo isso nos parece óbvio, hoje, mas não o é em termos absolutos. Basta pensar na função decisiva de entonação nas literaturas orais, ou da caligrafia na poesia chinesa, para perceber que a noção de texto que acabamos de invocar está ligada à uma escolha cultural, de alcance incalculável (p. 157, grifo nosso)

Quer-se, com esta passagem, considerar que mesmo que o objeto de estudo seja a letra de composições musicais, não se pode excluir delas a condição de que foram “materializadas” através do conjunto que envolve esta letra, sua melodia e sua interpretação. Sem este arranjo, muitos destes “escritos” não teriam tido repercussão, ou ainda, sem os devidos arranjos musicais (melodia e interpretação) não teriam causado o impacto necessário quando foram elaboradas para serem repassadas e difundidas. Acrescenta-se a esta premissa, a idéia de “invocação à uma escolha cultural” citada por Ginzburg (1989), pois neste caso, esta escolha cultural reside no nativismo em forma de música.
            Já quanto ao cenário nativista, são válidas as observações acerca do imaginário e da representação que circunda a figura do rio-grandense. Sandra Jatahy Pesavento (1993), em “A invenção da Sociedade Gaúcha”, trabalha esta questão demonstrando inicialmente que o imaginário se constrói entre a realidade e representações atribuídas à ela. Ou seja, este imaginário alimenta a questão da identidade, onde, ligada sempre às noções de nação e/ou de região, é elaborada de forma onde não necessariamente tenha uma ligação direta com um evento real, mas também de anseios e utopias, e estes, por sua vez, fazem parte desta realidade.
            Pesavento (1993) apresenta quatro elementos fundamentais para a representação regional, que seriam o “Mito das origens”, a “articulação personagem-paisagem”, a “opção política e ideológica regional” e a “articulação entre autor e público”.  Para a busca do “anônimo” nas manifestações nativistas gaúchas, a compreensão do mito das origens é bastante pertinente, pois a visão tradicional de história que será observada posteriormente se vale muito da elaboração da figura mística do rio-grandense, e a “gênese” deste gaúcho vêm amparada nesta construção histórica, dos “grandes vultos” e seus “grandes feitos”.
É necessário perceber ainda que, mesmo com uma reconstrução histórica através da música, o “gaúcho” não perde sua origem gloriosa, mas sim a transfere para outras personagens. Se no caso de não ser utilizada a ótica tradicional da história perdem-se os “vultos” mais consagrados, a gênese se transfere para uma camada social que, não compondo a elite, realiza seus grandes feitos diante de uma sociedade que os oprimia e ludibriava.  Sendo assim, nenhuma das correntes, nem a “tradicional” e nem a dos “anônimos” perde a glória que pretende ser empreendida à gênese da figura do gaúcho.
Assim, o imaginário valida as distintas construções identitárias sobre uma mesma região. Estas observações feitas vêm por legitimar o imaginário como objeto de estudo e como elemento cultural das sociedades relevante em suas condutas. Novamente observando os escritos de Sandra Jatahy Pesavento, em “História e História Cultural”, quando enfatiza que “a força da representação se dá pela sua capacidade de mobilização e de produzir reconhecimento e legitimidade social” (2003, p. 41).
A idéia de legitimar as identidades baseadas nas representações e no imaginário também é trabalhada por Terry Eagleton (2005) em “A idéia de Cultura”, quando diz:
Essa preferência por uma identidade cultural em vez de outra é arracional, no sentido de que optar por ser parte de uma democracia no lugar de uma ditadura não é. [...] Mas o fato de que uma escolha de identidade cultural é arracional não é um argumento contra ela. [...] De qualquer modo, nossas fidelidades culturais, seja àqueles de nosso próprio grupo ou a outros, não são necessariamente irracionais pelo fato de serem a-racionais. (p. 89-90).

Sendo assim, observa-se que pertencer à um grupo de identidade cultural, mesmo que esta não tenha relação direta com os eventos considerados históricos, não faz com que esta identidade seja desprestigiada, pois esta “escolha” é feita através das emoções e preferências de cada indivíduo, e a representação então é validada através do imaginário, cujas considerações de autenticidade já foram feitas anteriormente.
As observações desenvolvidas neste trabalho visaram, então, creditar à música suas possibilidades e potencialidades como fonte e objeto de história. Ainda, busca demonstrar que mesmo uma corrente de música nativista, naturalmente imbuída nos valores e preceitos da região de onde seus compositores são natos, é um objeto de estudo de credibilidade mesmo estando imersa no imaginário e na representação de sua sociedade, pois se acredita neste imaginário como um elemento legítimo para a compreensão de um grupo social.
Referências:
ADORNO, Theodor. O fetichismo na música e a regressão da audição. In BENJAMIN, HABERMAS, HORKHEIMER, ADORNO. Os pensadores – Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1975.

CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietude. Porto Alegre, RS: Ed. da UFRGS, 2002.

CUCHÊ, Denys. A noção de Cultura nas Ciências Sociais. Bauru, SP: EDUSC, 1999.

EAGLETON, Terry, A idéia de Cultura. Tradução de Sandra Castello Branco. São Paulo: Editora UNESP, 2005

GINZBURG, Carlo. Sinais - Raízes de um paradigma indiciário. In Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 1989

GUTFREIND, Ieda. A historiografia sul-rio-grandense e seus fundamentos. In Historiografia Rio-Grandense. Porto Alegre, RS: Ed. da UFRGS, 1992.

HEINZ, Flávio. O historiador e as elites – à guisa de introdução. In HEINZ, Flávio (org.). Por outra história das elites. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.

MORAES, José Geraldo Vinci de. História e música: canção popular e conhecimento histórico. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 20, nº39, p. 203-221, 2000.

NAPOLITANO, Marcos. Cultura. In PINSKY, Carla Bassanezi (org). Novos temas nas aulas de história. São Paulo: Contexto, 2009.

NAPOLITANO, Marcos. Fontes audiovisuais: A história depois do papel. In PINSKY, Carla Bassanezi (org). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.

NAPOLITANO, Marcos. História e Música: História Cultural da música popular. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. A Invenção da Sociedade Gaúcha. Porto Alegre, RS: Ensaios FEE, 1993.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. SANTOS, Nádia Maria Weber. ROSSINI, Miriam de Souza (orgs.). Narrativas, Imagens e Práticas Sociais – Discursos em História Cultural. Porto Alegre: Ed. Asterisco, 2008.

SWAIN, Tânia. Você disse imaginário? In: SWAIN, Tânia N. (Org.). História no Plural. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1994.


[1] Este artigo é parte do Trabalho de Conclusão da Graduação ”Personagens Anônimos da História Rio-Grandense e seu reflexo no contexto musical Nativista do Rio Grande do Sul” da autora, no Curso de História – Licenciatura Plena e Bacharelado, da Universidade Federal de Santa Maria, 2010.
[2] Historiadora Licenciada pela UFSM 2010.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pra celebrar a vida da gente!!

Hoje, 28 de janeiro, completo adoráveis 26 aninhos!
Um ano complicado, mas não menos incrível...
Esse post vem como um resgate de memórias (mania de historiador deve ser!), pra rememorar o melhor desses meus 25 anos!
Tomara que daqui um ano as memórias continuem tão lindas quanto estas...!

Pra que veio aqui, um beijo enorme!
Poucas palavras por hoje, as imagens falam por si...!

Eis então... O melhor dos 25!

MARLON

 

FAMÍLIA


 


DTG





PRENDADO REGIONAL







40ª CIRANDA








CONCLUSÃO DO CURSO

 
 
 


LAURA






RAFAEL




 A MAGIA DOS REENCONTROS





 

A EMOÇÃO DO ANO...!


Obrigada a todo aquele que permite que cada ano seja ainda mais mágico!!!!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"O que você espera do Senhor Erival Bertolini como Presidente do MTG 2011?"

Resultado da enquete "O que você espera do Senhor Erival Bertolini como Presidente do MTG 2011?


Tenho ótimas expectativas, com mudanças positivas.
  4 (16%)
 

Gosto muito dele mas tenho poucas expectativas de mudanças.
  0 (0%)

Não acredito que vá mudar muita coisa, pois ele era integrante do antigo Conselho.
  11 (45%)
 

Acho que o Savaris vai mandar.
  12 (50%)
 

Não tenho opinião formada ainda, acho imprevisível.
  2 (8%)
 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O CONGRESSO TRADICIONALISTA DE NOVA PETRÓPOLIS

Tinha tudo pra ser excelente. Linda cidade, uma estrutura fantástica e até o calor deu uma trégua de tarde. Parabéns pra Nova Petrópolis pela parte que lhes tocava, foi impecável.

Mas infelizmente foi, com folga, o pior congresso que fui na minha vida. Pela desorganização absurda de seus promotores. E aqui vem um post bem longo sobre o assunto...


Sobre a eleição, mais uma vez... Quem veio aqui procurar meu posicionamento sobre ela, meia volta volver! Ou continue até o final se achar que deve. Os motivos pra eu não falar dela? Leia (ou releia) o post do Pré-Congresso. 


Quero falar do Congresso e minha nova decepção com seus promotores. Não posso usar o termo "atual diretoria" pois quem promoveu foi a Gestão anterior... Também não posso dizer a "antiga diretoria" pois qualquer chapa que vencesse teria gente dela. Então usarei o termo "promotores do evento".


Chegamos ao Congresso bem mais tarde que o previsto, pois nosso ônibus estragou e ficamos 3 horas em Santa Cruz aguardando o outro que viera de SM. Era quase 11h quando chegamos em Nova Petrópolis e fomos ao...


Credenciamento: 11h e as filas ainda eram gigantes para os delegados. E ficamos ali das 11h até 13h para conseguirmos fazer isso. EU NÃO ME CONFORMO... Todo santo ano é a mesma coisa. Alvará não chegou, fila enorme, erro no sistema... Sabe qual é a minha maior indignação? Todo cartão tradicionalista tem código de barras. Pode ir conferir o seu, caso não tenha percebido. Mas nunca se usa um LEITOR DO CÓDIGO DE BARRAS!!! Seria tão, mas tão, mas tããão ágil e simples que não há o que dizer. Bastava passar o cartão no leitor e dar o ok. Muito fácil, prático, ligeiro. Aliás, isso teria sido muito útil no ENART também, ao invés de gerar outro cartãozinho com código. Cada um de nós tem um código no cartão que nunca serve pra nada, só pra enfeite!


Mas continuando... A Mari foi se credenciar como congressista e nós chegamos ao final da fila (eu e a Lu, a outra delegada do DTG) após sermos bombardeadas por uma chuva de adesivos e perguntas. Só respondemos à uma repetitivamente: Nós não faremos campanha. Ao chegarmos no credenciamento, fui no computador de uma moça à qual tive que explicar pra ela pq dizia capataz no meu cartão. Ainda bem que não preciso explicar pra vocês, mas ela não sabia. 


Após digitar meu nome várias vezes no sistema que estava travando, ela disse que eu tinha 2 cadastros e quis tentar entender. Eu sabia disso e já havia ligado pro MTG várias vezes pedindo que alguém pudesse ver isso pra mim. Engraçado, nenhuma vez funcionou. Quando mudei meu cartão pra 13ª, o meu cadastro pelo Adaga, da 18ª, se manteve. Eu sabia pois nos 2 últimos Congressos aconteceu a mesma coisa e meu certificado (que eu precisava para os relatórios do Concurso da Região e do Estado) tinham saído errado e eu tive que solicitar novos. Erro meu? Do sistema? De quem o organiza? Não sei, mas meu não é mesmo! Fiz tudo o que tinha de fazer (assinatura do coordenador e do patrão da entidade que deixava, etc etc.)... Bom, aí expliquei que a moça que me credenciasse pela 13ª, pois é o que diz no meu cartão e é o cartão que está ativo. Ela disse ter entendido. Essa novela foi ao ar novamente no final do dia... Depois chegamos lá.


DUAS HORAS no credenciamento. E isso que já era 11h quando chegamos pra ele. Muita gente embolada. Sem contar que o credenciamento acontece junto das Plenárias da manhã. Béééé, mais uma coisa que eu acho absurda. Não acho que devam haver eventos paralelos às plenárias. Basta organizar melhor os horários e o cronograma das atividades. Atividades paralelas nem pras Prendas e Peões. Pra que serve o Congresso? Pra que serve ser Congressista? Pra o que enfim serve o certificado que ganhas lá? Pra comprovar seu passeio na cidade promotora ou pra dizer que tu foste atuar em um evento estadual?


Ok... E fomos então pra fila do almoço. Mais meia horinha. Sei que havia opções próximas por perto, mas nosso almoço fora pago junto com a excursão... Era só esperar.


Plenárias da tarde: Choquei. Quando a 1ª começou, ela terminou, pois nada havia a ser debatido... E prestação de contas e intervalo. Aliás, o que mais teve foi intervalo. E fila, muitas filas... Voltamos à plenária depois do intervalo e votamos a única proposição dela: o tema da Semana Farroupilha. Mas antes de ser apresentado e colocado em votação, todos foram bem avisados que o IGTF já havia o aprovado e nós estávamos apenas cumprindo tabela. Pq a cena toda então? Pq colocar em "votação"? Podiam ter feito um folhetinho e distribuído... Já que ninguém ali ia poder fazer algo mesmo. 


Fiquei ainda indignada com a explanação "histórica" da temática... A explicação começou com "a história do RS começa com os jesuítas". Ai, meu rim! Assassinemos da história de todos os nativos que habitaram a região antes dos jesuítas... Todos os nativos que não foram missioneiros... Toda a ainda chamada pré-história do RS e da humanidade... Ainda na explanação, com "os fatos que formaram a identidade do gaúcho", foi citado que após a Revolução de 1893 podemos trabalhar o início do Movimento. Claro, e assassinarmos mais 50 anos de história do RS, todo o início do século XX e seus correspondentes. Eu enlouqueço... O MTG tá precisando de historiadores, eu sempre digo isso. Só essa explicação do tema leva ao surto de qualquer um mais entendido do assunto. Mas enquanto deixarem sempre a mesma pessoa falando de história, e falando sempre a mesma coisa na área da história, não podemos esperar muita coisa mesmo. Resta acatar suas temáticas históricas impostas e mal escritas e fazer um desfile com nossa opinião sobre a mesma história, vista de outro ângulo, estudada a partir de bons autores.
Ah, depois desta tivemos... Intervalo! Uhu... 


E lá se foi mais não sei quanto tempo, e começou a votação pra Presidente. Infelizmente, quando ela começou teve a melhor proposição do Congresso, sobre mudar as formas da eleição, do senhor Adair Mallmann e relatada pelo Belmonte, a favor do proponente. Excelente a proposição e fora aprovada. Claro que a proposição era: pedir que o conselho estude as mudanças para a eleição e leve em votação para a Convenção, pois só a Convenção altera regulamentos. Esse é o 1º regulamento que deveria mudar: que só a Convenção altera regulamentos. Não dizem que o lugar de todos os tradicionalistas é no Congresso, debatendo e melhorando nosso Movimento? MAS COMO se apenas a Convenção altera regulamentos e não são todos os tradicionalista que tem voz nela? Aliás, nem no Congresso tem! Protecioniiiismo baraaato... Os regulamentos deveriam ser alterados pela vontade da maioria e ponto. Mas ae vem o medinho da voz do povo...


Ainda sempre tem alguém que vai lá e diz: Pq estamos debatendo um assunto de Convenção no Congresso? Ora essa... Pq não debater? Não é pra ser este o espaço de reflexões e talz? Ah, por favor...


Votação: Já devem estar cansados deste post gigante né. Lamento não ser mais sucinta aos que desejam acompanhar, mesmo! Mas não consigo... Continuando. 
 
A votação acontece junto das plenárias... Tsc tsc... Cada coisa deveria acontecer em um horário específico. E aqui chegamos ao ápice da falta de organização e competência na promoção do Congresso. Eram 3 mesas de votação, por região: da 1ª até a 10ª, da 11ª até a 20ª, da 21ª até a 30ª. Nós ficamos, isso só a 13ª (pois chamavam por região) DUAS HORAS E MEIA NA FILA. Isso totalizado quando eu entrei pra votar, e tinham muitos ainda depois de mim. Quando chegávamos pra votar, entendíamos o motivo: Em cada uma das mesas tinham 10 regiões, ok? Conforme a distribuição ali em cima... Em cada mesa, tinham as folhas com os nomes de todos os votantes destas 10 regiões. Só que os nomes estavam em ordem totalmente aleatória... Ae os responsáveis ali pela votação já estavam exaustos e tendo que ver nome por nome, com os nomes do total de 10 regiões pra encontrar o teu. Mara! Quando achavam, assinava-se o nome ao lado com um viva! (Tá, a parte do viva eu inventei, mas merecia... hehe.) 


Ah, e pra votar, tu tinha que pegar um envelope, ir em frente 2 caixas, onde cada uma tinha folhas com uma das chapa, ae tu escolhia a de sua preferência, colocava dentro do envelope e ia votar. 1ª - desperdício de papel (nas folhas das chapas e nos envelopes) num mundo que clama pela preservação do meio ambiente e pela reciclagem. 2 - Total falta de privacidade, qualquer um poderia ver de qual caixa tu estava pegando o papel. 3 - Total falta de praticidade... Tanto pra votar quanto pra os que contaram os votos depois. Mas é como eu digo (e está virando até um bordão!): Tem coisas que só o MTG (e seus organizadores de evento) faz por você. Tomara mesmo que um dia eu consiga usar essa frase sem ironias...


Minha novela particular - Os dois cadastros: Bom, lembram dos meus 2 cadastros? Pois é, a moça acabou me credenciando pela 18ª. Vi isso quando cheguei para votar. Eu mesma ajudei os senhores que tavam trabalhando na minha mesa, achei o meu nome e disse que estava errado. Na correria talvez eles não percebessem que não condizia com meu cartão, mas eu achei correto avisá-los. Aí chamaram um dos organizadores responsáveis pela eleição (quem quiser saber quem é me pergunte pessoalmente, eu digo sem problemas - aqui só citarei nome dos que merecem elogios)... Eu expliquei o ocorrido dizendo que eu havia dois cadastros. Ele me disse que era impossível que eu tivesse, pois o sistema sequer aceitaria. E eu enfatizei que eu tinha, e que não era a 1ª vez que isso acontecia, e que eu já havia ligado pedindo que o caso fosse solucionado. 


Ele repetiu: "Querida, é impossível você ter 2 cadastros"... Então eles acharam que eu não deveria votar. Eu disse que o erro não era meu, e que meu direito não deveria ser ferido. Chegou Seu Edemar Fischer pra ajudar e, como sempre, foi conciliador, coerente, prático, prestativo e extremamente gentil. Seu Edemar disse que devia ter algum erro no sistema, pois eles sabiam que eu era da 13ª há tempos, que eu havia concorrido pra Prenda, então meu cartão tinha que estar ok. Os senhores da mesa então concordaram, por sugestão do Seu Edemar, em anotar meu nome em separado na folha de votantes, riscar meu nome na lista pela 18ª e me disseram pra ir votar. Assinei o papel. Fui colocar o envelope na urna e me disseram pra esperar. A moça que era fiscal de uma das chapa que estava lá também e deveria dar o aval - os representantes das duas chapas deveriam -, disse que mesmo tendo me visto na Ciranda pela 13ª, achava que eu não deveria votar pois meu cadastro estava errado e enfatizou que era impossível o sistema ter 2 cadastros meus. Uma coisa eu tinha decidido: Eu ia votar. Eu tinha direito. Eu ia até o final.


Chamaram então um outro senhor, que infelizmente não sei seu nome para poder lhe agradecer pela coerência, assim como pude falar do Seu Edemar. Ele disse que se eu estava dizendo que eu tinha 2 cadastros, a culpa não era minha e eu não deveria ser prejudicada, ainda mais depois de ter estado mais de 2 horas na fila. Mas o "organizador" disse pra ele: "é impossível ela ter 2 cadastros". O senhor, muito gentil comigo também, então disse que a gente fosse até os computadores conferir isto. E fomos. Eu e mais 5... Claro que antes de descermos eu tive que devolver meu voto (pois o envelope estava na minha mão), colocar o papel da chapa de novo em sua caixa e devolver o envelope na mesa. 


Descemos. Eu, o "organizador", Seu Edemar, o senhor que foi legal comigo e nem lembro mais dos demais. Eu estava exausta... O "organizador" então conferiu meus 2 cadastros impossíveis. E disse: É, ela tem 2 cadastros. Mas não sei como..." Bom, não esperem que eu saiba como! Mas sabemos de algo: não era impossível eu ter dois cadastros. Fazia horas que eu dizia isso mas duvidaram de mim insistentemente ao invés de terem resolvido conferir de imediato aquilo que eu alegava. Aí o Senhor Legal perguntou, pra encerrar a questão: "Este cartão que ela está é o que está certo"? O organizador respondeu: "Sim". O Senhor Legal disse: "Então não temos que perder tempo, ela pode votar sim." E lá voltei eu.... Depois de 40 minutos. Somando o tempo da fila são TRÊS HORAS E DEZ MINUTOS.

Subi. Falei pra moça que era fiscal -eu acompanhada dos demais -: "Eu tenho os dois cadastros." Votei. Ela sorriu e me pediu desculpas pelo transtorno. Os demais também se desculparam. Agradeci ao Seu Edemar e ao Senhor Legal. Que droga, nem perguntei o nome dele nessa função!


Acabou a novela e fui pro ônibus. Exausta e P da vida. Pela desorganização, por não legitimarem meus questionamentos, por dizerem que o que eu alegava era impossível, por quererem me impedir de votar frente um erro que não era meu, pelo MTG trabalhar com um sistema que se mostrou falho, por me sentir totalmente desrespeitada frente tudo isso. 


E também pois vai ter gente que ainda vai achar que eu que sou a louca que reclama demais. Façam-me o favor...


E é o que foi... Desorganização sem limite, falta de respeito com todos os tradicionalistas que precisam ficar horas aguardando em filas pra poderem exercer seus direitos. Falta de coesão nos sistemas aplicados, como os cartões com códigos de barras x inexistência de leitores de códigos de barras no MTG.



Bom, depois disso tudo, só me resta dizer. Foi o pior Congresso que fui na minha vida.
E esperam que eu veja tudo com bons olhos... 
Me deem boas visões e eu verei boas coisas, meus olhos só enxergam está na nossa cara. Mas que nem todo mundo quer ver...




P.S.: AGORA VOCÊ PODE REAGIR AOS POSTS ANONIMAMENTE OU COMPATILHAR ELE... VEJA OS TAGS AÍ EMBAIXO ;)

domingo, 9 de janeiro de 2011

A minha incontrolável vontade de qualquer coisa...

...Pois minhas coisas fazem sentido. Este post está entre os 2 posts sobre o Congresso Tradicionalista - O pré o pós - de forma estratégica. Assimilando coisas ouvidas por Nova Petrópolis, algumas sobre o blog, algumas sobre outros assuntos, me senti responsável por dar algumas explicações aos que me acompanham. Satisfações? Talvez, mas pra minha consciência, principalmente, não pra os que enchem a boca pra me dizer qualquer coisa sem embasamento. Gosto de colocar as palavras no lugar certo, na forma certa. Pelo menos no meu conceito de certo. Pode não ser o seu, e isso acontece! Sobre o blog... Ouvi elogios e críticas. Os elogios eu adorei e as críticas eu aceito. Também teria as adorado (sério, gosto de bons debates!), mas não recebi nenhuma crítica fundamentada. Ok, direito de quem a elabora, direito meu de achá-las fraquinhas. Mas me pareceu que a dúvida cruel de alguns é: ela (eu) não tem mais nada pra fazer do que criticar tudo o que o MTG faz? Resposta: Sim, eu tenho. Várias. E as faço, sempre tentando ser o mais competente possível, felizmente. Mas eu, como militante do tradicionalismo, não consigo ver essas coisas que eu critico e ficar quietinha, mofando no meu canto esperando que alguma rica alma um dia se erga das sombras e salve nossas almas inquietas. Não... Eu critico e dou minha opinião no desejo de incitar as reflexões, pois eu prezo pela cultura do Estado do Rio Grande do Sul e não me conformo cada vez que eu assisto ela sendo pisoteada por outros interesses ou pela falta de competência. Por isso que eu critico. Faço a minha parte de falar, de pedir, pra os que tiverem vontade (e penso que quem vem até aqui tem), de me ouvir e pensar nisso também, para que, com o tempo e as habilidades necessárias, se consiga ter algum repercussão e possamos assistir melhoras. Esse é o meu desejo. É por esse motivo que eu venho aqui e falo. E é por causa do comodismo, do medo de mudança ou na tentativa de que as coisas passem despercebidas, é que isso tem incomodado alguns. Críticas? Aceito mesmo, obrigada! Mas as fundamentadas, as que tem consistência, as que tem objetivo. As minhas tem o objetivo que acabei de dizer no outro parágrafo: tentar fazer com que minhas palavras toquem os que concordam comigo, pra juntos termos uma voz mais forte, sermos ouvidos e vermos as melhoras que nosso Movimento não apenas precisa, mas merece. Ah, sobre o que eu ouvi... Durante uma das plenárias, um senhor que conheço de vista, lá dos meus lados da Fronteira, falando em algum assunto (que evidentemente nada tinha a ver comigo, hehe), disse que "não basta falar mal, é preciso fazer algo". Refleti sobre isso e pensei se alguns "críticos" tem essa concepção ao meu respeito. Ah, meus caros, se esta é a dúvida, eu lhes digo: Sim, eu faço algo. Faço todo o ano. Luto pela minha entidade com meu sangue e meu suor, no sonho constante de ver a cultura e história deste Estado sendo prezada da forma como ela merece. Luto todos os dias da minha vida em nome do tradicionalismo gaúcho pois eu acredito que a cultura, elemento característico de todas as sociedades humanas, é imbuída de preceitos capazes de transformar as mais distintas mazelas sociais. Eu faço, no espaço onde sou capaz de agir, a minha parte de expor os erros que muitos veem e preferem não se queixar. Faço minha luta todo o santo dia, pois eu tenho valores e nunca me canso de tentar validá-los em qualquer situação. Crítica pela crítica? Não. É que alguns ouvidos (ou olhos) são sensíveis demais para aceitar os próprios erros, para assumir as próprias fraquezas. Eu assumo as minhas e me dói também, nenhum ser humano quer ter suas falhas apontadas. Evito sim quando posso, mas assumo. E não, isso não me faz nem melhor nem pior que ninguém, é apenas uma questão de princípios e estes são os meus. Cheguei a ouvir neste final de semana que eu não possuia uma "faixa estadual" pois eu não a merecia por não ser alguém humilde. Primeiramente, o merecimento é das 3 prendas que as ostentam neste ano e elas merecem respeito. Segundo, se dar a minha opinião, de forma sincera e eloquente, é falta de humildade, bom, então eu agradeço a consideração. Prefiro um que outro me tachando de "não-humilde", mas que tem capacidade de explicitar o que pensa, do que entrar pra alguma "galeria das humildes" que nada pensam, nada falam, nada discutem, nada incomoda. Esta não seria eu. E eis o que respondi ao jovem que me proferiu esta frase: eu descobri que não precisava de uma faixa pra ter sido acolhida pela minha entidade e pela minha região como a prenda deles. Isso é inexplicável! Na troca de faixas do DTG, fizeram uma quebra do protocolo que eu mesma havia escrito, para ser presenteada com um texto inesquecível (feito pelo Juliano Santos) e com uma bandeira do Rio Grande do Sul assinada por todos eles. Único, perfeito, fabuloso. Meus irmãos Guaranys são incríveis e, assim como eu falei de mim mesma antes, são alguns anônimos como eu que lutam todos os dias pelo bem da cultura Rio-Grandense. Reenfatizando a questão da humildade e do merecimento, basta reler meu post com o texto da minha despedida da região (aqui http://tainavalenzuela.blogspot.com/2010/10/despedida-regional-2010.html ). Repito este trecho: "Descobri que há uma glória sublime em ser aplaudida quando se perde. Essa glória se chama respeito, afeto e consideração." De todas as falhas que eu tive e tenho, eu recebi o respeito, eu recebi o afeto e eu recebi a consideração. E agora, com toda a falta de humildade do mundo, eu digo: obrigada, mas é mérito sim ser aplaudido quando se perde. Mas é um mérito de poucos. E vale lembrar isto também: E sobre minha luta, minha crítica, meu barulho, me valho dos versos de Milton Nascimento: "Mas é preciso ter força É preciso ter raça É preciso ter gana sempre" (...) "É preciso ter manha É preciso ter graça É preciso ter sonho sempre"
Eu hei de ter.