sexta-feira, 18 de maio de 2012

Com a palavra, JANINE APPEL - Prenda.

(OBS.: Desculpem este post de frases "amontoadas", o blogger realmente não está atendendo minhas configurações...) Geniais palavras da minha cara Janine Appel, postadas via facebook, neste mês de maio que, todo o ano, mexe com os corações da prendas. Reproduzo aqui com a autorização da mesma e que suas palavras sejam lidas, refletidas e sentidas. Muitos lêem e concordam e acham lindo, e tem atitudes completamente inversas. Fica aqui meu registro e minha admiração pela trajetória dela, sempre muito digna e muito acima de quaisquer títulos e vaidades. Tomei a liberdade de colocar alguns trechos em negrito. Os grifos são meus. Beijos, Tainá Valenzuela - Prenda. "Trecho do meu “discurso de despedida” do cargo de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul 2007/2008. Júlio de Castilhos, maio de 2008: “Finalizo minhas últimas linhas, despedindo-me do cargo que tive a honra de deter por 371 dias, manifestando meu apelo, meus votos e minha disposição para trabalhar no intuito de que a magia envolvente da Ciranda Cultural de Prendas e do Entrevero Cultural de Peões permaneça sendo a grande porta de entrada da juventude no Tradicionalismo e a grande fonte de militância e de execução de nossos projetos culturais. Mas que as possibilidades pro jovem no nosso Movimento não se engessem e nem se esgotem por aí, mas que elas se multipliquem, impedindo que nossos concursos, adiante, constituam então a grande porta de saída da juventude do nosso meio...” Estamos a uma semana da fase final desta edição da Ciranda – cinco anos depois de eu ter realizado o sonho de ser Prenda do Rio Grande, aqui na minha adotiva “Santa Maria da Boca do Monte”... Novamente maio... Maio – mês das mães, mês das noivas, mês das prendas... E tenho algumas considerações a fazer. A primeira delas: tenho, sim, muito orgulho de ter sido/ser a 1ª Prenda do RS 2007/2008. Isso não quer dizer que o Concurso não tenha, na minha humilde opinião, muitas falhas que ainda precisamos reparar... (mas eu só me atrevo a criticar aquilo/quem eu realmente amo, se aquilo/quem pode ser melhorado e se eu posso contribuir nessa melhora. Esclareci?). Mas, muito tempo depois, tenho convicção de que a grande vitória não foi a conquista do título – perseguida ao longo de 10 anos. Venci, na medida em que o “meu sonho” deixou de ser só um capricho de guria mimada para tomar a dimensão cultural que essa conquista tem. Ainda hoje, digo e repito: não foi só a Janine Appel que foi a Prenda do Estado; o meu CTG Júlio de Castilhos, a comunidade da pequena e adoravelmente provinciana terra do Gado Charolês, minha Júlio de Castilhos, a querida e eterna 9ª Região Tradicionalista... Todas as pessoas – meus verdadeiros amigos queridos por quem tenho e sempre terei amor respeito e gratidão – partilharam desse sonho,o tomaram para si e se empenharam na sua realização. Fomos, juntos, Prenda do Rio Grande do Sul. Entendem a diferença, Prendas? Pois é... Gostaria de dizer, agora que o “momento de vocês” se aproxima que... não busquem apenas ao título, não almejem tão pouco! Não pensem que um pedaço de couro fará de vocês mulheres mais preparadas para a vida, mais bem sucedidas, mais felizes... A grande diferença na vida de vocês, quem fará são vocês mesmas quando entenderem que as pessoas valem mais que qualquer soma matemática. Porque, no final das contas, o concurso diz que a vencedora é aquela que pontua mais! Mas, sinceramente, queiram mais que somar pontos! Esmerem-se, sim, na realização do sonho de vocês – das famílias de vocês, amigos, comunidades, CTG’s, RT’s. Mas aproveitem a Ciranda e as oportunidades que o exercício do cargo trouxerem a vocês para crescerem, com humildade... Essa é a vitória real. Em tempo: não contentem-se apenas com a participação nos concursos. O espaço para a juventude dentro do Movimento Tradicionalista não pode nem deve ser só esse. Busquem mais, repito! Precisamos que a nossa juventude, Prendas e Peões, Departamentos Jovens, dançarinos de Invernada tenham mais voz e vez nas instâncias de decisão do MTG. É o que eu penso, é o que eu desejo – é a minha opinião. Qual é a “nossa” (bah, me incluí entre os jovens, mas aos 29, pelo regulamento, acho que já não posso ser mais considerada jovem?!) participação em Congressos e Convenções? Apresentamos proposições tanto quanto poderíamos? Nossas proposições – que representam as nossas reivindicações – recebem a atenção merecida ou necessária? Temos poder de voto? As votações dos nossos representantes acolhem e atendem os nossos anseios? Nesses meus anos de Tradicionalismo (não são tão poucos...), realmente vi nessa gurizada a nossa grande mão-de-obra nos projetos culturais. Poucas ou raras vezes vi um Patrão de CTG, um Coordenador regional, um Conselheiro ou um Presidente do MTG indo numa escola num fundo de vila pra fazer projetos culturais ao longo de meio ano... É por razões como essa que respeito tanto vocês que participam de Ciranda e Entrevero, como militantes abnegados do Tradicionalismo, que como único prêmio de reconhecimento pelo trabalho prestado, buscam um “simples pedaço de couro”. (Mas, repito: queiram mais!) Admiro uma juventude que, longe de querer tudo nas mãos, mata dois leões por dia, trabalhando o dia todo pra ajudar a pagar a conta de luz em casa e a faculdade que cursa à noite, e aos finais de semana, entre tantas alternativas, emprega sua energia na causa tradicionalista. Entendem quando eu digo que o pedaço de couro nem é o mais importante? Vocês já são vencedores na vida, só por essa postura de batalharem pelo que acham ser justo!... Última consideração: li esses tempos que atitudes como as que presenciamos no Entrevero Cultural de Peões – em que alguns peões colocaram seus cavalos mais mansos à disposição de um concorrente que estava com medo de montar – seriam inimagináveis no Concurso de Prendas. Não concordo com a generalização, já disse e repito. Apesar de que a Ciranda está, sim – e muito mais que o Entrevero – cheia de “caça-couro” (faixa ou crachá). Mas existem exceções. Exemplo: eu estudei com uma “concorrente” no meu último concurso regional, nos emprestávamos livros e polígrafos... acho que quando a gente é pobre e tem pouca grana até pra comprar o que precisa pro concurso, a gente fica mais solidário mesmo! Íamos uma ao projeto da outra, pra ajudar. Aliás, ela foi minha “irmã” num dos momentos mais difíceis da minha vida – e não se tratava de um cavalo arisco. Esse (pré) conceito sobre a postura das Prendas frente ao concurso é porque somos Mulheres? Espero que não. Então, minhas flores! Ficamos combinadas assim: sem fricotes ou vaidades ou mesquinharias, passem pela Ciranda com toda dignidade e respeito às suas “oponentes”. Mostrem maturidade diante da disputa: sejam superiores a ela. Vale à pena, eu garanto! Boa Ciranda a todas vocês e a todos que forem a Passo Fundo... Pra matar a saudade: um beijo no coração! Janine Appel - "Prenda" "