segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ENTRE MATES E GUITARRA: DTG Noel Guarany comemorou seus 6 anos

Viramos notícia em outros blogs também!!! ENTRE MATES E GUITARRA: DTG Noel Guarany comemorou seus 6 anos: DTG Noel Guarany comemorou seus 6 anos com evento neste sábado, com um COSTELÃO, que foi servido no dia 10 de dezembro de 2011, no Centro de...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Que tal votarmos na Convenção? >>> Proposição para o Congresso de Pelotas 2012

Caras amigas e amigos Tradicionalistas!

Já é mais que hora que uma proposição desta seja votada e aprovada pelo nosso Movimento!
É hora de fazermos nascer (mesmo que lentamente, passo por passo...) um sentimento democrático e uma atuação condizente com este sentimento dentro do Movimento Tradicionalista Gaúcho.

Sabemos que o evento que altera regulamentos (que movem e organizam nossa vivência dos diversos eventos do MTG) sofrem alterações apenas na Convenção, onde tem o direito ao voto apenas o Conselho Diretor, Conselho de Vaqueanos, Junta Fiscal, Conselheiros Beneméritos e Coordenadores Regionais

Pois bem, como esta limitação está registrada no REGULAMENTO DA CONVENÇÃO, e os REGULAMENTOS só são alterados na Convenção, dificilmente o "liberar do voto" aconteceria justamente na Convenção (vimos, lá em Taquara, que os votantes, em maioria, não consideram muito os apelos populares... Não é?).

Porém, no ESTATUTO do MTG consta a definição de o que é Convenção, e o ESTATUTO pode ser alterado no CONGRESSO (onde as entidades tem o direito ao voto).

Pois bem, apesar da "volta", ela é necessária pra justificar o que apresento aqui.
Estamos enviando uma proposição para o CONGRESSO, que visa alterar o ESTATUTO do MTG sobre a CONVENÇÃO e que, se aprovada, ainda precisará ir à CONVENÇÃO para ser votada novamente.

O caminho é longo, mas este andar há de valer a pena!
Se o Movimento é de todos, se é democrático, vamos fazê-lo na prática!

Conto com vocês! Vamos para o Congresso de Pelotas tentar aprovar esta proposição e levá-la para a Convenção e ficar na torcida!

A proposta e as justificativas estão juntas, aqui embaixo! Qualquer coisa entrem em contato!!

Vamos juntos, gauchada! Conto com todos... A hora é agora ;)


Obs.: Esta é a proposição original que enviei... Mandei em .pdf e me pediram em um formato aberto para facilitar os trabalhos... O material que eu enviei é idêntico ao que está abaixo. Fica o comentário...


PROPOSIÇÃO PARA O 59º CONGRESSO TRADICIONALISTA GAÚCHO DE PELOTAS

AUTORA: Tainá Severo Valenzuela, DTG Noel Guarany – UFSM – 13ª RT.

PROPOSTA: Alteração do Artigo 37 do Estatuto do MTG, Capítulo III, página 29 da Coletânea.

RESUMO: Propõe a seguinte nova redação:

“Artigo 37: A Convenção Tradicionalista, órgão integrado pelos membros do Conselho Diretor, Conselho de Vaqueanos, Junta Fiscal, pelos Conselheiros Beneméritos, Coordenadores Regionais e entidades filiadas efetivas que tenham alcançado o valor mínimo de 80% de pontos na Lista de Destaques do ano anterior ao da corrente Convenção, reúne-se ordinariamente, de acordo com as prescrições do Regulamento Geral do MTG, em local fixado na Convenção anterior, ou por convocação extraordinária.

§ 1º - Cada filiado efetivo que tenha a partir de 80% dos pontos na Lista de Destaques terá direito a UM delegado na Convenção Tradicionalista com direito à voto, independentemente da categoria da entidade, podendo este ser representado pelo Patrão ou pelo Capataz.
§ 2º - Para o exercício do voto, o delegado deverá apresentar o Cartão Tradicionalista emitido pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho.

Compete à Convenção Tradicionalista:
I – Aprovar, alterar e reformar o regulamento Geral do MTG, Código e demais regulamentos;
II – Fixar os níveis das contribuições dos filiados e seu período de vigência;
III – Criar, extinguir ou desmembrar regiões tradicionalistas;
IV – Exercer suas demais atribuições previstas no Regulamento Geral do MTG.”


JUSTIFICATIVA
Dentro do tema do Congresso Tradicionalista de 2012, “MTG e a sociedade: nossa responsabilidade social e cultural”, entendemos que é nosso direito e dever como tradicionalistas de participar das alterações dos regulamentos do MTG, assumindo assim nossa responsabilidade cultural, enquanto cumprir com estas determinações é a outra parte deste compromisso.
Sabemos que os regulamentos do Movimento Tradicionalista Gaúcho são alterados sem ter a participação da grande massa de tradicionalistas que vive, anualmente, estes eventos, seja sofrendo ou gozando de alterações sem ter participação ou direito ao voto.
Todo tradicionalista atuante deveria dar sua contribuição perante os regulamentos do Movimento, pois ao enviar as proposições para a Convenção, não tem o direito de votá-la se não for membro do Conselho, Junta Fiscal ou Coordenador Regional.



Justificativa para mínimo de 80% dos Pontos da Lista de Destaques e para o número de voto igualitário para as entidades independente da categoria:
Entendemos que é de interesse de todos que os votos da Convenção tenham a participação das entidades tradicionalistas atuantes. Ao observarmos a pontuação da Lista de Destaques, sabemos que toda aquela entidade que tenha alcançado, no mínimo, 80% dos pontos anuais (ou seja, 160 pontos se considerados os 200 pontos máximos da Lista atual), é uma entidade que atua nos mais diversos segmentos do tradicionalismo, independentemente de ser uma entidade plena, parcial, estudantil ou que se encaixe em outra categoria.
Desta forma, evitamos que entidades que atuam em apenas um segmento do Tradicionalismo tenham direito ao voto nos segmentos em que não participam. O objetivo é que possam votar na Convenção não apenas o Conselho Diretor, Junta Fiscal e Coordenadores Regionais, mas todas as entidades que participam dos eventos regidos pelos Regulamentos do MTG.

Justificativa para o voto de exclusividade do Patrão ou Capataz:
É preciso levar em consideração que os Patrões e Capatazes devem ter o controle sobre todas as atuações de sua entidade. Quando isso não ocorrer, os integrantes podem se reunir com estes solicitando sua atuação na Convenção. Assim, o Patrão e o Capataz podem organizar uma equipe para a Convenção (integrantes das Invernadas Campeira, Cultural e Artística) para que o voto que lhe cabe seja debatido e aprovado pela invernada da entidade, responsável pelo item em pauta.

Benefícios para os tradicionalistas com a aprovação desta proposição:
Toda entidade atuante no Movimento terá o direito a se manifestar na Convenção não apenas propondo e debatendo proposições, mas aprovando-as ou rejeitando-as. Desta forma, pensamos encontrar um caminho mais democrático para os rumos do Movimento.

Observação:
Esta proposição, se aprovada no Congresso Tradicionalista de Pelotas em 2012, será enviada para a Convenção Tradicionalista do mesmo ano, para que seja alterado o Regulamento do MTG, onde deverá então constar a mesma redação que esta, proposta para o Estatuto, em caso de sua aprovação.
Desde já, fica o pedido em nome de todos os tradicionalistas que aprovaram esta proposição, para que contem com o apoio e entendimento dos Coordenadores, Conselheiros e Junta Fiscal do MTG para que tenham consideração com esta manifestação e aprovem-na na Convenção Tradicionalista de 2012.

Se aprovada, as entidades tradicionalistas efetivas que tenham, no mínimo, 80% dos pontos da Lista de Destaques no ano de 2012, passam a ter direito ao voto na Convenção Tradicionalista a partir da edição do ano de 2013 e assim sucessivamente.

DTG Noel Guarany - 6 anos: "Eu faço parte desta História!"

"O passado, o presente e o SEMPRE!"
"Inevitável chegarmos nesta época do ano sem permitir que as emoçõs ganhem mais voz.

Cada ano teve sua peculiaridade...

2005, o começo.

2006, as idéias, os rumos, a busca por um caminho.

2007, o início do trilhar, as dificuldades do aprender, as tentativas de fazer o certo.


2008, a escolha definitiva do trajeto,com certezas e desafios que nunca pareceram intransponíveis.

2009, o ano das conquistas, das vitórias, da concretização.

2010, a emoçãom o enraizamento, a continuação do andar nos trilhos.

 2011... Bem, não foi um ano fácil, sabemos.
Mas nem por isso menos engrandecedor.

Erramos em alguns passos e acertamos outros tantos.
E assim, o ano se encerra com ventos que sopram anunviando não apenas mudanças, mas coisas boas também.

Mas de tudo que se passou, das decepções que tivemos e das conquistas que também vieram, percebemos que sim, estamos juntos.

E estamos juntos reconhecendo nossas diferenças e aprendendo a lidar com elas, amadurecendo cada vez que conseguimos olhar no olho um do outro e, acima de tudo, nos reconhecermos como irmãos novamente, desta família que escolhemos pra gente.

Estes somos nós, estes nós seremos.

Que em cada aniversário se renovem as forças e avontade de seguirmos em frente, em nome desta causa que tanto nos comove e move nossas vidas.

SOMOS GUARANYS. CONTINUAREMOS GUARANYS.
E SÓ SEREMOS ISSO TUDO QUE SOMOS JUNTOS.
COMO SEMPRE ESTIVEMOS E SEMPRE ESTAREMOS.

POIS ESTA É A MELHOR VIDA QUE A GENTE ESCOLHEU PRA VIVER..."

Esclarecimentos - CTG Ronda Charrua

Recebi um e-mail muito gentil do pessoal do Ronda, que, além de fazer alguns esclarecimentos, provaram que o bom senso e a boa educação fazem bem. Pra todos..

Eles me enviaram esclarecimentos sobre os 2 pontos que tratei sobre eles:
A cor das pilchas e o período histórico.

Sobre a pilcha:
"Estivemos 3 vezes com o responsável, o qual sempre nos recebeu com muita cordialidade. Na primeira visita, levamos um protótipo do traje tanto feminino quanto masculino (...), o feminino era composto por saia, 4 tipos de camisa, faixa para a cintura, jaleco e ramos de flores e tentos para os cabelos. O masculino era composto por 3 tipos de camisa, braga, chiripa saia, lenço, faixa, cinto, botas garrão e colete de couro com pelos. Todo o nosso traje foi aceito, exceto as flores e os tentos no cabelo e o jaleco das prendas. E apenas uma observação referente aos coletes, que tinham que ser costurados a mão. Na ocasião falamos que os trajes seriam tingidos ao natural, mas o mesmo falou que deveríamos tingir industrialmente, afinal, estamos em 2011, apenas nos falou as cores que ele queria que fosse utilizados..."

Sobre a data (o que foi uma pena que não fora explicado, achei a idéia muito legal mesmo!!!!):
"Colocamos uma data aleatória para que não representasse nenhuma das revoltas sofridas no estado... Queríamos homenagear a todos os homens que lutaram e a todas as mulheres que sofriam a solidão e saudade de seus maridos... Colocamos mais 1811 para condizer com 2011, mas não queríamos nos referir a nenhuma guerra em especial... Sei que nessa mancamos em não explicar, e ferir de certa forma a história do RS, mas a ideia era de não homenagear a ninguém em especial..."

Isso aí!
Obrigada ao pessoal do Ronda pela forma gentil como expuseram seu material!
Espero ajudar também aos que tiveram as mesmas dúvidas que eu para que possam esclarecê-las aqui ;)

Beijos!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Saint-Hilaire

Dois trechos do Saint-Hilaire sobre os bailes, que eu acho bem interessantes!!!!
Um se passa em Rio Grande e o outro em Montevidéu!

Quem quiser fazer o download do "Viagem ao Rio Grande do Sul" , acho que neste link vai!
http://www.4shared.com/document/qLBfJw5F/Auguste_de_Saint-Hilaire__Viag.html

Página 92:

RIO GRANDE, 13 de agosto. – O Sargento-Mor Mateus da
Cunha Teles, em cuja casa nos alojamos, havia convidado o conde para
um baile, tendo mandado para isso preparar uma grande casa vizinha,
ainda não habitada. Para lá nos dirigimos às dezenove horas, onde
encontramos cerca de sessenta senhoras, reunidas em um salão forrado
a papel francês. Todas muito bem trajadas; usavam vestidos de seda branca, sapatos e meias de seda;
jovens e velhas, traziam a cabeça descober ta, os cabelos armados por uma travessa e
en feitados com flores artificiais.

Estavam sentadas ao redor do salão, em cadeiras colocadas umas
diante das outras. Os homens, em muito menor número, conservavam-se de pé.
 Todos os oficiais rigorosamente fardados, de calças e
botas; os civis trajavam fraque, camisa com jabô de renda, colete branco,
geralmente de seda, meias de sede brancas, sapatos com fivela, finalmente
calça branca de seda ou de casimira
Os oficiais traziam à cintura esses espadins, de um pé a um pé
e meio de comprimento, usados pelos portugueses e pelos oficiais da
marinha inglesa, tendo à mão um chapéu de três bicos. Vários padres,
entre eles o cura da paróquia, assistiram ao baile, e um deles fazia parte
da orquestra; todos estavam de batina. O baile começou poucos instantes
após a che gada do conde, mas nunca vi coisa tão monótona. Era preciso,
por assim dizer, obrigar os homens a tirar as senhoras para dançar e, à
exceção do conde, nenhum cavalheiro lhes dirigia a pa lavra. Dançaram-se
“inglesas” e valsas. Entre os portugueses, esta última dança não é
executada com tanta rapidez como na Alemanha e na França; aqueles
fazem, na valsa, um grande número de posições, algumas vezes muito
voluptuosas. Uma jovem dançou um solo, mas, embora reconhecendo
sua graciosidade
, não pude deixar de lamentar que uma mãe honesta expusesse 
sua filha aos olhares de todos. Não tendo com quem conversar
e achando-me francamente aborrecido, resolvi retirar-me logo que
começou a ceia.


Páginas 190/191

MONTEVIDÉU, 4 de novembro. – Era hoje o aniversário do
General Lecor. O cabildo ofereceu um baile em sua honra. O general
tinha-me feito o convite ontem por meio do cavaleiro del Host, e hoje
fui ao seu palácio à hora marcada. Encontrei os principais oficiais do
estado-maior e, entre outros, os que me foram apresentados anteontem,
reunidos numa grande sala.
O cavaleiro apresentou-me aos que eu ainda não conhecia,
dentre eles o Coronel Manuel Marques, filho do tenente-general que vi
em Rio Grande. O general entrou e desfez-se em atenções para comigo.
Em seguida, fez sentar-me ao seu lado num sofá, e falamos muito sobre
minhas viagens. Passamos à sala de jantar, onde me colocou à sua direita,
desfazendo-se em amabilidades durante todo o jantar, ocasião em que
me prometeu dar um guia para acompanhar-me no resto de minha viagem.
Após o jantar, perguntou-me se queria ir ao espetáculo. Aceitei
e colocou-me a seu lado no camarote, contíguo ao palco. A sala, bastante
grande, teto não estucado, desprovida de ornamento, apresenta somente
três filas de camarotes, contando as dos andares superiores. Os homens
sentam-se em bancos na platéia; o teatro é pequeno e as decorações, feias.
Representaram duas peças, uma tragédia e uma pequena comédia. Não
se podia dizer que os atores, pelo menos os principais, sejam péssimos,
mas não passam de medíocres. Na tragédia, onde o herói era Viriato, todos
os artistas vestiam a antiga roupa espanhola. Não pude compreender a
peça, porque meus vizinhos falavam continuamente comigo. Acompanhei
melhor a comédia, cujo enredo é o seguinte: um homem tinha a mania
de procurar tesouros, e um de seus amigos quis ver se o curava. Penetra-lhe
no íntimo e lhe faz crer que ele é mágico, que tem comércio com os
demônios e que o tesouro tão desejado pode ser descoberto por estes
meios. Faz-se passar o herói por uma série de mistificações; ao fim da
última, seu marido e sua mulher aparecem numa nuvem e lhe dizem que
uma boa mulher e um amigo sincero são o único tesouro digno de inveja.
Vê-se em tudo isso que não há nada de intriga, nem cômico, nem espirituoso.
Durante todo o espetáculo, os assistentes não manifestaram o
mínimo sinal de aprovação e, segundo me dizem eles, ficam sempre
apáticos.
Depois do espetáculo, fomos ao baile realizado numa grande
sala da Casa do Cabildo, paço da Câmara Municipal. Não tinha o mínimo
ornamento, mas surpreendi-me de ver, numa das extremidades, o retrato
do rei de Portugal, abaixo do qual se achavam cetros cruzados sobre
uma almofada de veludo. Os homens estavam de pé e as mulheres, sentadas
em banquetes. Estas muito bem vestidas e, entre elas, grande número de
moças muito bonitas, de boas maneiras e delicadas, que não pude deixar
de admirar. Não creio que na França, numa cidade de população semelhante,
pudesse realizar-se uma reunião de senhoras tão distintas. As de
Montevidéu não têm, evidentemente, a graça e a vivacidade das francesas,
porém tal vez mais elegantes em suas maneiras. Quanto aos homens,
repito o que já disse sobre sua apatia.

Todas as qualidades de refrigerantes eram oferecidas prontamente a
quem os solicitasse. Mas, se no Rio Grande havia, em todos os
bares, uma mesa ser vida com profusão exagerada, podemos convir que
a mesa aqui do baile do cabildo de Montevidéu fazia pouca honra à sua
generosidade. Poder-se-ia pensar que se destinasse a uma meia dú zia de
meninos. Depois de ter passado algumas horas nesta reunião, saí e fui
dormir em casa do Sr. Ca vailler.


É isso!!!!

Edição do post abaixo.

Meus caros...
Devido insistentes pedidos de integrantes do Campo dos Bugres, retirei a parte do post anterior que tecia meus comentários a respeito da pesquisa da entidade.

Eles alegaram que não devem satisfações aos que não são avaliadores de indumentárias, danças ou coreografias. Que se o trabalho foi aprovado, já é suficiente. Ok, pensamento do grupo, deve ser respeitado.

Na MINHA opinião, o ENART, antes de ser dos avaliadores, é do povo, é de todo tradicionalista.

Pena não terem entendido como algo construtivo, mas apontaram meus comentários como "nojentos" e outras palavras similares.

Retirei as manifestações a respeito do grupo.

Um integrante disse que esperava não ver mais nenhum comentário com o nome da entidade, porém, esta é uma decisão minha. Não ofendi ninguém aqui.

Afinal, cancelar minha liberdade de expressão não me será solicitado, não é?

Abraços para todos e obrigada pelas mais de 2 mil e 300 visualizações!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pesquisas no ENART 2011

Primeiro de tudo: Todo o meu respeito aos dançarinos, instrutores e patronagens das entidades citadas. Sei que o trabalho é árduo. Mas muitas pesquisas estão sendo feitas de forma bem equivocadas. Beeeeeem equivocadas.

Da mesma forma que você não confia a sua saúde à alguém que não é formado em medicina, pq confiar os estudos em História aos que não são historiadores? Defendo que cada um deva exercer a profissão pelo qual foi graduado para fazer. Se não foi, não faça.

O cuidado na bibliografia e o contexto deveria ser mais cauteloso. Trabalhos em história junto às danças não devem ser banalizados pois há a transmissão do conhecimento de forma muito popular e isto não deveria acontecer de forma equivocada.

Sem contar que, para qualquer contexto onde não se existam mais pessoas vivas que possam trazer um relato oral do período vivido, se não tiverem embasamento em fontes históricas de fundamento, as pesquisas ficam igualmente sem fundamento.

Vale se dizer ainda que as pesquisas em história não seguem mais as influências que predominaram até a 2ª metade do século XX: A influência do positivismo. O positivismo, para quem não sabe, foi uma doutrina criada por Auguste Comte em que, para a pesquisa histórica, se trata de uma linha de raciocínio onde apenas os documentos ditos "oficiais" são valorizados, em uma construção linear feitas de fatos, datas, causas e consequências e os "grandes vultos" (simplificando...). É uma corrente de pesquisa que não considera a influência cultural, as manifestações populares e nem a existência de uma história que não seja aquela configurada por estes "grandes vultos". Foi nesta doutrina em que o MTG sustentou e ainda tenta sustentar, desesperadamente, suas concepções do gaúcho Sul Rio-Grandense.

Graças à este (péssimo) pensamento, o MTG, na voz de seu "chefe de pesquisas" (que personificou - e "monopolizou" - todo o entendimento cultural do Movimento nas mãos de suas conviccções defasadas), tem trazido há anos, tanto nos livros que publica como nos temas que oferece para o Desfile Temático, um FATO seguido de diversos eventos que o moldaram. Sempre temos o destaque da elite, com Bento Gonçalves, David Canabarro e outros desses onde o "povo" se mostra apenas como uma camada que se espelha nestes ícones, desconsiderando suas vontades e principlamente, sua vasta influência na formação da identidade Sul-Rio-Grandense.

Os estudos em história conquistaram novos espaços com o Marxismo (que mesmo surgindo em época similar ao positivismo, ganha espaço posteriormente à ele) e com a Nova História Cultural, esta florescendo apenas após a metade do século XX. Aí as fontes são outras, as ideias também e se tem uma nova construção em história.

A cultura passa a ser relevante em sua grande complexidade: a articulação entre diversos setores da sociedade que se relacionavam, seja por necessidade ou não, mas com suas semelhanças devido ao espaço em que habitavam mesmo que não compusessem parcelas iguais de uma mesma sociedade.


Sempre reitero: Esta é a MINHA opinião. Do que eu acho bom, do que eu acho ruim. Por isso o blog tem meu nome. Todo mundo pode discordar, desde que saiba fazer isso com educação e ASSINANDO SEU NOME, assim como eu faço.

Ah, quem sou eu pra falar disso? Prazer, Tainá Severo Valenzuela, Historiadora e Professora de História formada pela Universidade Federal de Santa Maria, tendo sido orientada por Maria Medianeira Padoin e Saul Eduardo Seiguer Milder, com banca de monografia composta por estes dois mais Júlio Ricardo Quevedo do Santos, atual orientador do Mestrado em Patrimônio Cultural, também na UFSM.
Nada demais perto de tantos, mas tão consciente quanto muitos sobre estas pesquisas que apareceram no ENART.

Enfim enfim... Vasta e empolgada introdução para dar embasamento ao meu tema do dia: as pesquisas  do ENART.

Por ordem de apresentação, e somente os grupos que eu assisti...

CTG RONDA CHARRUA:
1 - Não localizei nenhuma fonte que fale sobre anilinas utilizadas por nos nossos povos pré-colombianos (ou seja, povos que habitaram a atual região da América antes da chegada de Cristóvão Colombo...). Logo, os chiripás primitivos com rosa e verde me deixaram bem reflexiva.Outra questão que tem corroído meu cérebro... As cartas são trocadas entre os anos de 1811 e 1812.De qual guerra se trata este contexto. Por qual "pátria" estariam lutando? Os domínio de Portugal na América já estavam definidos (Tratado de Badajós, 1801). O Brasil nem era uma "pátria" ainda, ainda era colônia de Portugal e a Família Real tinha chegado no país só em 1808. RS era uma província, mais identificada com a Cisplatina no lado Oeste do que como restante da colonização portuguesa, com o qual o Leste se identificava... Enfim, não sei.


CTG OS FARRAPOS:
Diz no jornalzinho que a idéia era prestar uma homenagem ao nome da entidade: OS FARRAPOS. Mas eles homenagearam os Líderes do Movimento Farroupilha, o que não é a exatamente mesma coisa. Os líderes do Movimento Farroupilha eram membros da elite Rio-Grandense da época, e raramente receberiam taxativos como este (pois na época o termo era pejorativo e degradante). Farrapos, geralmente, é uma alusão aos combatentes do Partido Farroupilha e não aos seus líderes, logo a apresentação acabou sendo contraditória. Obs.: Coreografia premiada.


 
GAN IVIMARAÉ:
Ótima pesquisa!! Sem contar que fizeram o bom uso do fogo na apresentação, hehe!!! Bom, é a única apresentação das que eu não vi que vou comentar. Excelente análise do período, revela parte da realidade tanto do Brasil quanto do RS do século XIX. Mistura de regionalismo com o contexto mundial das perseguições religiosas. Muito bom mesmo!

*Foto de Ricardo L. Correa


CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA:
Gostei do contexto de Santa Maria, um tema pouco abordado sobre a cidade. O tema foi bem trabalhado, misturando a história oficial do município com a história oral, quando o moço invadia a pista para dar a notícia (isso é a parte que o popular "imortaliza"). Mas o contexto corre pelo ano de 1845, onde a braga já não seria mais utilizada... Já temos o chiripá farroupílha popularizado e, ainda, a braga se ainda fosse usada seria para uma região mais enriquecida, e ser enriquecido no centro do estado que ainda moldava sua população oriunda desta região de passagem, era um pouco menos recorrente (não que não algumas estâncias enriquecidas pela região...). Enfim, fora isso, bom contexto!


*Foto de Ricardo L. Correa

CPF PIÁ DO SUL:
Melhor trabalho de pesquisa deste ENART. Barbosa Lessa é um gigante muito esquecido pelo Movimento, mesmo que digam usar a Tese o Sentido e o Valor (que é muito boa) para alguma coisa. A obra Rodeio dos Ventos é maravilhosa, e o Piá trouxe a lenda do Ivitu-yepivu com maestria no salão. Lenda nativa + Barbosa Lessa foi algo muito bom mesmo. Pena que não foi premiada. Lembram que a coreografia dos Farrapos foi? Pois bem... Aí se explicita a corrente Positivista que o Movimento defende, percebe?? As obras do Lessa não caem nos concursos nem nada... Mas a corrente ali dos Farrapos com seus "heróis" deu certo na premiação. Percebem?

 *Foto de Ricardo L. Correa


UNIÃO GAÚCHA SIMÕES LOPES NETO:
Muito bom também! E, pra mim, foram os campeões nas danças tradicionais. Trouxeram muito bem o contexto proposto e, principalmente, com coerência! Trouxeram a realidade de Pelotas nos seus tempos mais áureos, e É ISSO QUE O SAINT-HILAIRE DIZ EM SEUS ESCRITOS, e não o oposto! Parabéns pra União, muito bom mesmo! Bem pesquisado, bem trabalhado, grupo lindo!

 *Foto de Ricardo L. Correa

CTG ESTÂNCIA DA SERRA:
Os costumes do Litoral, mesmo que ainda sejam estranhos aos olhos e ouvidos de muitos que vão ao ENART, são sempre um show! O Rio Grande tem que abrir os olhos para as culturas formadoras do Estado e que este Estado tem formações distintas conforme a região. Parabéns ao Estância, muito bom trabalho!

 *Foto de Ricardo L. Correa

CTG ALDEIA DOS ANJOS:
Ótimo contexto também. Trouxe as festas de Cavalhada da própria cidade, bem trabalhadas no folclore que embasam as festas e na forma como ela ocorre.Aí teve gente que reclamou que as prendas ficaram "horas enrolando aquele pano na cabeça"... Pessoal, por favor, é só entender o contexto... Os panos eram vermelhos, ou seja, elas eram mouras. Com a conquista do castelos pelos cristãos, elas se rendem junto e mudam a cor dos turbantes, que fica azul, da cor da ponta do pano, que representa os cristãos. E eu não pedi pra ninguém do Aldeia me explicar. É só pararem de criticar e abrirem os olhos pra o que está acontecendo na sala. Parabéns ao Aldeia também!

 *Foto de Ricardo L. Correa

GTCN VELHA CARRETA
Muito legal o trabalho do grupo! Contexto pouco visto nos ENARTs, as vendas de beira de estrada com seus secos e molhados, lidando com a parte empobrecida da sociedade, como os tropeiros e os mascates. Mostraram o espaço feminino nesta realidade, o que uma realidade muito boa de ser mostrada que as mulheres do RS trabalharam em muito nestas vendas (e não ficaram apenas "castas" em suas casas) e, em períodos de guerra, na ausência dos homens, elas mantinham estes estabelecimentos, administrando-os e servindo neles. Muito bom, Velha Carreta!!

 *Foto de Ricardo L. Correa


CTG RANCHO DA SAUDADE:
 Minha definição foi assim: Maravilhou os ouvidos, encheu os olhos e esvaziou o cérebro.
Gente, convenhamos... Patrões e peões festejando num mesmo fandango é surreal. Sem contar a loucura do patrão de subir em seu piano com sua prenda no "fim da festa". Pianos já eram bens raros, somente aos mais abastados. Subir em cima dela não era uma opção. Virei e revirei meu Saint-Hilaire procurando algum registro destes bailes de tropeiros+Barões, e não encontrei. Ao contrário, o livro cita os bailes da elite na presença de mulheres e homens muito bem vestidos com suas sedas, mas nenhum baile que misturasse as duas classes sociais, tão distintas. Ainda, as carreiradas podiam atrair todo tipo de público, mas isso não quer dizer que eles se misturassem e comemorassem juntos. A citação do Dreyes que tem no jornaliznho não denota, em nenhum momento, que a festa acontece unindo ambos. Iguais? Meus caros, não fomos e nem somos!!!!! O tema que o Rancho trouxe pra sala é a idéia que a direção do Movimento tem tentado empurrar goela abaixo de todos nós, tradicionalistas, de que somos iguais e de que eles fazem tudo pelo nosso bem. Mas não somos iguais, nós sabemos disso!!! Nem preciso dizer mais.

 *Foto de Ricardo L. Correa


Para concluir...

A diversidade de temas deste ENART e, principalmente, de realidades ou de temas folclóricos, foi o que mais me fascinou. União Gaúcha com os barões pelotenses, Estância da Serra com o litoral, Piá do Sul com lenda nativa são exemplos desta diversidade não de períodos, mas de contextos, realidades e regionalidades!!

E mais uma vez... Nada pessoal com dançarinos, integrantes de entidades nem nada. Minha função enquanto historiadora é zelar pelo bem do que eu estudo. Minha função como tradicionalita é zelar pelo bem da cultura do Rio Grande do Sul. Esse é o meu jeito.

*No próximo post, vou postar trechos do Viagem ao Rio Grande do Sul, do Saint-Hilaire, quando ele fala sobre os bailes que ele presenciou.

*Ah, como isso não é um artigo científico, não coloquei fontes. Se alguém quiser informações sobre as fontes que eu uso/usei, é só pedir ;) 

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Juntos.

GUARANYS!

Nossa classificação não chegou por causa de 0,1 ponto.

Só quero dizer que nós somos bem maiores do que isto.
Não há nota no mundo que tenha capacidade de identificar esta entidade.
Nós somos o 1 e temos todos os zeros na sua sequência, e não em sua frente.

A IRRESPONSABILIDADE de sumirem com nosso microfone para a Meia Canha e depois de terem cortado o som deste microfone pois a equipe de som simplesmente "achou" que deveríamos usar outro, é apenas mais uma página na nossa história de superação e amor.

AVANTE.

Como sempre me disse meu pai:
"Se te virem recuando, que saibam sempre que tu vai embalar pra voltar mais forte".
Comigo sempre deu certo.

E juntando os ensinamentos do grandes mestres da minha vida - PAI e MÃE -, como diria ela:
"Não deixe que seus medos tomem o o lugar dos seus sonhos."

Vamos juntos, como sempre. Se vencermos será abraçados, se cairmos será abraçados também.

Que Tiarajú nos abençõe e que Noel se orgulhe de nós.
 
 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Dia do Jovem Tradicionalista

 "A dor que mexe com a gente
É que a cultura indigente
Anda pedindo socorro
A terra morre de fome
Pra alimentar sobrenomes
Que germinam inconsequentes..."

Como uma historiadora que trabalha com música, começo este post com essa frase genial da música "Aos Olhos da Terra", que eu considero um hino quanto o entendimento da realidade do Rio Grande do Sul, em termos sociais, culturais e também políticos. Ela é hino na voz do Luiz Marenco, mas não sei a autoria. Se alguém puder me informar eu agradeço para dar ao autor seus devidos e merecidos créditos.

Hoje, dia 5 de setembro, é o Dia do Jovem Tradicionalista. Foi movimentada uma tag no twitter #diadojovemtradicionalista sugerindo que se completasse a frase: "Ser Jovem Tradicionalista é..."

*Fonte da imagem: http://rogeriobastos.blogspot.com

Adorei a idéia e passei o dia pensando em algo pra twittar e não consegui. Culpa das shorts messages do twitter, hehe! Mas resolvi responder esta frase aqui no blog.

Primeira situação a ser levada em consideração é a seguinte: Somos tradicionalistas. A juventude vem na forma de pensar. É possível pensar no tradicional sem ser retrógrado. Por isso uso aquele clichê básico do "jovem de todas as idades". Acredito nisso.

E o que mais me incomodou nos últimos anos foi a passividade da nossa juventude dentro do Movimento (sim, isso me inclui diretamente). Quantas vezes questionamos nossos regulamentos, criticamos decisões e atividades? Inúmeras, tenho certeza. Agora, quantas vezes AGIMOS para que as coisas se ajustassem da forma como parecessem mais corretas? Cada um responda esta pergunta para si...

Percebo estarmos em um feliz momento da Juventude Tradicionalista. Vejo maiores mobilizações, desejos florescentes de agir. E TEMOS QUE FAZER ISSO.

Ser parte do sistema não significa conformar-se com ele se acreditarmos que ele está equivocado.

Sempre carreguei comigo a idéia de que, se eu me considero tradicionalista e se eu discordo das ações adotadas pelo topo da pirâmide do Movimento Tradicionalista Gaúcho, eu não devia virar as costas pra ele e seguir um novo rumo. Meu lugar é ali dentro, tentando fazer as coisas mudarem. Pois eu acredito que devam MUDAR sim, aliás, MUDAR DE NOVO, mas, desta vez, mudar no sentido oposto das mudanças que já aconteceram, mudar e ir ao encontro das idéias iniciais que nortearam as ações daqueles já tão famosos 8 jovens que deram a base para o que temos hoje.

E muita gente não entende que a idéia de mudança é, na verdade, voltarmos no tempo e resgatar o que, de fato, é nosso de forma pura. Pois o que temos agora está estranho demais... Se o Movimento tivesse seguido seu rumo inicial, seus valores primordiais, me digam, por qual motivo PAIXÃO CORTÊS não está aqui, agindo conosco??? POIS ELE DISCORDA DOS RUMOS que a institucionalização da Tradição tomou. Sendo assim, pensem: ESTAMOS FAZENDO JUSTIÇA ÀQUILO QUE NOS FOI DEIXADO????

E assim "a cultura, indigente, anda pedindo socorro...". Quem vai socorrê-la?

É necessário sim, acredito eu, haver uma instituição que busque ORIENTAR aos que desejam efetivar a defesa folclórica e cultural de uma região. Eu disse ORIENTAR. Não engessar. A cultura está sendo engessada, está sendo ditada e regrada de uma forma que faz com que ela perca sua característica folclórica e, desta forma, original.

E está sendo feito isso de forma nada democrática. A Convenção não é democrática. O Congresso poderia ser quase isso, mas não mexe em quase nada que faça realmente alguma diferença no cerne das questões que tocam ao tradicionalismo.

Meus caros amigos e amigas, tradicionalistas e jovens tradicionalistas: Deixemos a passividade de lado. É hora de acordarmos e AGIRMOS em defesa do Rio Grande do Sul, dos seus valores morais e culturais. Não tenhamos medo de nos expor. Não deixem que o receio abafe suas angústias e cale suas vozes sem apontar aquilo que vocês acreditam estar equivocado. Mostrem suas caras, assinem seus nomes. ISSO É NOBRE, não é feio. Não se preocupem com os taxativos se vocês tiverem um objetivo maior.

Reflitam, pensem nos argumentos que movem vocês em favor de suas idéias. Reflitam sobre os argumentos daqueles que forem contra. Idéias podem mudar ou, ainda, tornarem-se mais fortes.

Só não se calem. O Rio Grande do Sul precisa de vocês, precisa de nós.

Temos muito em nosso favor. A tecnologia, a facilidade da comunicação, a facilidade de locomoção, o acesso à informação, e claro, as AMIZADES. Sim, elas fazem a diferença!!!!

Mas vamos começar assim... Olhem a Carta de Princípios. Quantos daqueles itens vocês sentem que praticam? Quais destes itens vocês TEM CERTEZA que seus REPRESENTANTES praticam? Não adianta só pensarmos sobre... É preciso fazer. Cada item da Carta começa com um verbo, já observaram isso? E todo mundo que já foi alfabetizado sabe que os verbos correspondem às AÇÕES.

Então vamos... Vamos agir! Agir em nome do que é bom, não apenas pelo "barulho". Agir por aquilo que a gente acredita. Nós não somos o futuro do Movimento, já disse isso outras vezes. NÓS SOMOS O SEU PRESENTE.

Tem muita gente boa por aí que desistiu de lutar. Vamos chamá-los de volta, vamos nos fortalecer. Fazer acontecer. 

Agora acho que consigo responder a frase...

Ser jovem tradicionalista é AGIR pelo bem da cultura do Rio Grande do Sul.

Vamos?

domingo, 31 de julho de 2011

Meu coração na Convenção de Taquara.

Longo post...

Uma certeza eu tenho: tentamos. E tentamos firmes, e tentamos fortes, e tivemos apoio. De muitos sem direito ao voto e de 17 com direito. Eu queria saber o nome dos 17 pra poder agradecer à eles pessoalmente.

De tarde, eu e outras prendas conversávamos sobre o quanto já idealizamos o tradicionalismo como um Movimento bom, puro e mágico.  
E que não é isso que nós vemos sempre...
O que eu disse pra elas é que eu sigo acreditando neste Movimento sim, e que é por isso que eu insisto tanto no que eu acredito. O Tradicionalismo é bom. Algumas pessoas que não são (ás vezes, 1 única pessoa consegue dominar os outros de tal forma que chega a ser nojento).

E enquanto eu acreditar, eu vou continuar. Mesmo que seja chorando, mas eu vou seguir tentando. O nosso tradicionalismo puro e encantador ainda será uma realidade. A realidade que foi um dia quando aqueles jovens se organizaram pra fazer FORTE a cultura do Rio Grande. E verdadeira. Acima dos interesses pessoais, acima da politicagem.

E foi assim...

Quando iniciaram os trabalhos sobre a Ciranda, já era bem mais de 17h (horário previsto). Mas consequência de bons debates que estavam acontecendo.O evento, desta vez, estava bem organizado. Eu e a Jessilena, que enviou a proposição pela 1ª RT, nos postamos prómixas ao microfone, na lateral do público. O Sr. Savaris começou falando das proposições enviadas e dizendo que a nossa não fora aceita integralmente pela Comissão, mas que a Comissão adotara uma posição intermediária.

Após o Regulamento todo lido, o único debate sobre a Ciranda que pude acompanhar além do nosso (pois a excursão precisava voltar) foi uma proposição que dizia que as 3ª Prendas não deviam mais compor os prendados, ou seja, que houvesse apenas 1ª e 2ª Prenda por modalidade (igualmente para Peão). Felizmente - na minha opinião - não fora aceito.

Chegaram ao item da Idade máxima para a Prenda Adulta, com a idéia de que fosse de 27 anos no máximo (no Estadual) - o intermediário entre nossa proposição e o regulamento atual. Não era o que a gente queria. A gente não quer o mais ou menos. A gente quer o melhor pra todos.

A Jessilena defendeu, falou do sonho de tantas Prendas, falou que a idade não deveria ser limitante. Sugeriu que tivéssemos então, idade máxima para o Conselho. Pra dar chance aos demais, se a idéia é essa. Falou um monte mais..

Falei eu depois.

Falei que era uma proposição que não faria mal à ninguém, que queríamos o direito de escolher o melhor momento pra concorrer. 
Que não nos julgávamos melhor que ninguém, pois qualquer uma "mais velha" pode perder pra uma "mais nova" em qualquer Ciranda. 
Falei que estávamos reinvidicando o direito de lutar por um sonho.
Falei que minha mãe sempre me disse que eu poderia ser aquilo que eu quisesse, desde que eu lutasse por isso. 
Falei que agora eu estava sendo impedida. 
Que entre perder e ser impedida, eu prefiro perder.
Falei que a limitação de idade enfraquecia as entidades = a base. Pois precisavam dizer pras Prendas que desejam concorrer que elas não podiam, e tinham que insistir com algumas pra irem "na força" pois não tem outra. É a realidade de muitos.
Perguntei: Pq que não? Que mal que tem?
Comentei que o Presidente Bertolini disse na abertura do evento que o Movimento deve ser prazeroso. E que esta era uma limitação que estava fazendo muita gente sofrer.
Disse que não me acho velha pra ser aquilo que eu sempre fui.

Fomos aplaudidas, muito aplaudidas. Dividindo o salão em em três partes, digamos que um terço dele (que estava mais na frente), eram os votantes. Os outros dois era o povo todo, não só a gurizada, mas muitos outros que estavam ali, e estavam conosco.

Depois de nós, falou o Sr. Manoelito Savaris, que era o relator pela Comissão. Falou que tínhamos ultrapassado nosso tempo de falar, mas que eles haviam deixado (a platéia respondeu dizendo que eles não tinham o que dizer mesmo...). Disse que somos duas moças que falam bem, muito bem articuladas. Maaas que a Comissão era contra nossa proposição. Pois nós podemos não ser velhas, mas tb já não somos tão novas não. A platéia riu (e acho que não riu de mim). Disse que eu "escorreguei" em minhas palavras, e leu um trecho do final da minha proposição. Disse que eu estava me contradizendo.

Após isso, vieram os debatedores.
A primeira a falar foi a atual 3ª Prenda do RS. Disse que não concordava conosco pq o "couro" não fazia diferença, pois ela lavava os pratos em sua entidade, varria o chão e tudo mais. Disse que o lugar dela era colaborando e que existiam outros cargos, que ser Prenda não era tudo (ouvi vozes da platéia perguntando o que ela fazia ali com aquela faixa...).

Falou então a atual 1ª Prenda do RS, dizendo que não se poderia esquecer que uma diferença de idade tão ampla poderia gerar um choque interno nas Gestões. Também falou que existiam outros cargos, e falou que ela já ocupara outros tantos. 


As duas prendas citaram que acham que terminar a faculdade antes de ser Prenda não era fundamental, e citaram uma prenda estadual que tinha 2 faculdades quando foi 1ª Prenda do RS. Pena que elas não sabem que essa Prenda LARGOU AS 2 faculdades pra ser Prenda. Não interfere mesmo?

Um senhor que não conheço disse que queria manter os 24 anos.
Outro senhor que não sei quem é também disse que o "entre-choque" de idade poderia ser grave.
O Sr. Winck se manifestou nos apoiando, dizendo que tínhamos razão no que pedíamos. Aplausos de novo, muitos aplausos.
Não lembro quem mais falou - se falou -.

Nessa hora eu já estava tomada pela emoção. Por ter ouvido absurdos e pelas manifestações de apoio que recebíamos, principalmente dos 2 terços do fundo do salão.

Podíamos voltar ao microfone, como proponentes.

Ah, e lembro que alguém reclamou das Prendas que concorrem muitas vezes e tomam o lugar de outras.

Quando fui falar, muitos sentimentos me perseguiam, mas essa sou eu. Não segurei o choro e fiquei emocionada por ter encontrado olhares de apoio e de conforto, tanto da mesa quanto da platéia.


Tinham me dito pra ser racional, eu tentei. Mas a Tainá de verdade foi quem falou mais alto, e ela é muito passional.


Falei ao Senhor Savaris que não "escorreguei" não, que quem tivesse a oportunidade de ler minha proposição inteira iria ver que ela é bem coerente (ela está no post anterior) e que não contradiz o meu discurso (aliás, eu também poderia ter dito que ele, que se diz historiador, deveria saber de não se julga ou analisa um texto por um trecho mínimo dele).
Confirmei com as Senhoritas Prendas sobre elas terem ocupado outros cargos. Ambas confirmaram com a cabeça. Aí perguntei: Esses outros cargos fizeram vocês desistirem do sonho de vocês? Não, não fez. E NEM EU. Contei que eu tenho outros cargos, eu sou Capataz da minha entidade. Uma entidade composta de jovens universitários que, semanas atrás, sediara uma Regional de ENART para mais de 1.800 pessoas. E eu varro o chão, e eu lavo os pratos e eu faço pela minha entidade o que for preciso. EU COLABORO. Eu estava lá reinvidicando o direito de lutar por um sonho. Foi isso que eu disse.


E perguntei como que eles podiam ter medo do choque de idades se (como bem me lembrou uma moça que já foi Prenda do RS) o que este Movimento prega é o oposto?? E disse que todos nós tínhamos cantado, naquele mesmo dia, o seguinte: LADO A LADO PRENDA E PRENDINHA, TODOS JUNTOS DANDO A MÃO. AVANTE, SEGUINDO OS AVÓS, EM FRENTE TRAZENDO OS PIÁS. COISA LINDA É SE VER GERAÇÕES, CONVIVENDO NA SANTA PAZ.


E encerrei ali mesmo. Vi a 2ª Prenda do RS, Muriel, me aplaudindo de pé.
Ouvi aplausos, muitos... Gritos de apoio!

A Jessilena falou e lembrou que as Prendas de 18, 19 anos, que alguns alegavam que seriam prejudicadas, estavam ali, nos aplaudindo e nos apoiando. E então???


Mas votaram. Foram 30 e tantos votos contra 17.


Eu chorei, chorei bastante. Recebi abraços, apoio e milhares de parabéns. Ouvi palavras lindas, pessoas me disseram que se orgulhavam do que eu fiz. Entendi que semeamos algo BOM no coração de muitos. Uma pena que muitos não perceberam que o choque estava ali: Um massa de tradicionalistas - sem direito ao voto - pedindo aos que tinham este "poder" para interceder em favor deles. 17 sabiam disso e concordavam. Os outros não.

Tentamos, nós tentamos. Com todo o coração.
Pelo menos, sei que já ajudamos muitas Prendas, que podem voltar aos seus palcos. Até os 25 anos (27 no Estado).

Para estas, quero dizer duas coisas: 
1º - aproveitem a oportunidade. 
- e mais importante: NUNCA, NUNCA deixem de lutar por aquilo em que acreditam. Se for verdadeiro, se for sincero, vale a pena. Não deixem que esse esforço todo tenha sido em vão...

Nós não somos o futuro do Movimento. Nós somos o seu presente.

Sem a gente, não existe Ciranda e não existe Entrevero. Sem a gente, o ENART não seria nem 2% por cento do que é e a FECARS seria bem menor do que é também.

E quando vocês forem Regionais/Estaduais, HONREM aqueles que vocês representam.
Só isso...

domingo, 26 de junho de 2011

Alteração Regulamento Ciranda - Proposição para a Convenção de Taquara.

Prezados!

Conversando com tantos e tantas Rio Grande afora, chegamos a conclusão que era hora desta proposição chegar até a Convenção.

A proposição visa aumentar a idade limite para as concorrentes da Categoria Adulta na Ciranda de Prendas. Eu, honestamente, acredito que não deveria nem ter idade máxima, mas pensando no caminho mais possível de que esta proposição seja aceita, pensamos que estender q idade máxima para as concorrentes aos 30 anos seja um número suficiente para atendermos os anseios daqueles que tem enfrentada dificuldades em função desta regra que diz que as Prendas Adultas podem ter, no máximo, 24 anos para concorrer na fase Estadual da Ciranda (ou seja, no máximo 22 para assumirem como prendas de suas entidades).

Bom, não vou me estender aqui, abaixo está a proposição completa com nossas justificativas e entendimentos. "Nossa" pois esta foi elaborada com a idéia de várias pessoas, minha função foi apenas colocá-la no papel.Em especial, cito as Prendas Luna e Kelly, 18ª e 1ª RT respectivamente, com quem as figurinhas trocadas foram fundamentais para que esta proposição fosse enviada.

Enviei ela pela 13ª RT e outros(as) Tradicionalistas estão fazendo o mesmo através de suas Regiões. 

Pedimos o apoio de todos os que concordarem conosco. Seja para nos apoiar no momento em que a proposição for apresentada quanto para difundir esta idéia.

Ao final, peço a gentileza que, aqueles que concordarem e desejarem manifestar seu apoio, assinem seus nomes e/ou sua Região de origem, entidade, etc., para ganharmos mais força.

Quem quiser falar comigo, mande e-mail para taina_sv@yahoo.com.br ou pelo msn taina_sv@hotmail.com ;)

Destaquei alguns trechos com um sublinhado.

Feito, povo!


PROPOSIÇÃO

ALTERAÇÃO NO REGULAMENTO DA CIRANDA CULTURAL DE PRENDAS.



AUTOR (A)

Tainá Severo Valenzuela, DTG Noel Guarany – UFSM – 13ª RT



PROPOSTA

Alteração do Artigo 7º, Incisos V e VI (página 255 da Coletânea).



RESUMO

Propõe a seguinte nova redação:

“Art. 7º c) adulta – entre 18 (dezoito) a 30 (trinta) anos.”



JUSTIFICATIVA

Entendemos que a idade máxima de 22 anos para as Prendas da categoria Adulta assumirem os Prendados em suas entidades, de forma a estarem aptas à participarem da Ciranda Cultural de Prendas em sua fase Regional, ser uma idade muito baixa. Ainda, este item do regulamento fora aprovado em uma situação extrema, com poucas possibilidades de debate e questionamentos (Convenção Tradicionalista do ano de 2009, na cidade de Porto Alegre, com reduzido número de participantes em função do veto a destes devido ao surto da gripe H1N1 no RS). Assim, justificamos a proposta de alteração da idade máxima para as concorrentes adultas da Ciranda Cultural de Prendas, objetivo desta proposição, a partir das seguintes premissas:



         - A mulher na sociedade contemporânea.

         Diferentemente de outras eras vividas pela humanidade, a sociedade atual assiste o desabrochar da figura feminina em seus mais diversos setores. A busca por independência financeira, embasada, geralmente, no investimento no estudo e formação profissional, faz com que as mulheres, na atualidade, optem pelo casamento ou pela maternidade em idades mais avançadas do que o faziam em décadas anteriores.

         Esta realidade faz com que as entidades tradicionalistas tenham, em seu quadro de associados, um extenso número de prendas na faixa etária entre 20 e 30 anos, que são atuantes e líderes do movimento jovem tradicionalista e que, frente o atual regulamento, não podem mais se envolver com os prendados assim que completarem 23 anos. Acaba-se excluindo estas jovens de atuarem em tão significativa função no Movimento Tradicionalista Gaúcho de forma bastante precoce.



         - O enfraquecimento das bases

         As entidades tradicionalistas, sabemos, precisam e também desejam, em grande maioria, atuar no Tradicionalismo em suas mais diversas áreas. O “precisar” é alusivo à conquista de pontos na Lista de Destaques das Entidades Tradicionalistas (para que, desta forma, garantam seus direitos de atuar nos segmentos do Movimento Tradicionalista Gaúcho) e o “desejar” é referente ao real desejo de culto e valorização da cultura do Estado do Rio Grande do Sul, elemento fundamental na condição de tradicionalista.

       Ter candidatas à Prenda Regional e/ou Estadual atende à ambas situações. Mas as entidades, desta forma, precisam excluir dos Prendados internos, aquelas que não atendem às atuais exigências para serem concorrentes nas Cirandas. Precisam buscar por concorrentes menos interessadas e/ou preparadas para que não percam os pontos que lhes serão destinados, mas acabam ferindo seus valores de tradicionalistas, de valorizar as meninas, hoje mulheres, que nasceram em suas entidades e regiões e fizeram parte destas durante sua trajetória.

         Esta situação “enfraquece as bases”, ou seja, fragiliza as entidades tradicionalistas e desestimula as moças/mulheres que estão sendo consideradas já aos 23 anos de idade, “muito velhas” para ocuparem o posto de Prendas.



- O conceito

Na figura da Prenda se deposita o anseio de representar a “mulher gaúcha”. A mulher gaúcha é parte desta sociedade onde a mulher modifica suas funções e, mesmo que se torna mãe de família ao longo do tempo, é também integrante do mercado de trabalho, por exemplo.

A Prenda hoje é, também, aquela jovem mulher que precisa conciliar seus estudos, trabalho e, ainda, suas funções como tradicionalista. As meninas que vivem realidades mais confortáveis são aquelas que, justamente por serem mais novas, são Mirins e Juvenis, representando as meninas e as adolescentes gaúchas, moças que apesar da pouca idade e das responsabilidades em menor volume (geralmente atreladas à Escola), também vivem a opção de serem grandes tradicionalistas, imbuídas nos princípios e valores que esta opção indica.

A Prenda da categoria Adulta (tal qual o nome diz) não pode ser aquela que pareça encorpar a categoria de representantes de faixas etárias mais baixas. Precisam demonstrar maturidade, conhecimento do mundo que a cerca, das realidades sociais, para que desta forma possam representar as mulheres gaúchas da forma como elas merecem.



          Desta forma, justifica-se esta proposição visando que as Prendas possam ser concorrentes na Ciranda Cultural de Prendas, em sua fase Regional, com até 29 anos.

          Esta proposição visa entrar em vigor a partir da 43ª Ciranda Estadual de Prendas (2012 – Fase Regional).



Santa Maria, 10 de julho de 2011.


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Entrevista Sandro Nicoloso - Portal MTG.

Eu sou uma fã declarada do Sandro e da Lupi! Hoje vi a entrevista dele pro Portal MTG e tenho ainda mais orgulho de dizer que faço parte de um grupo de danças instruído por eles. Copiei aqui no blog a entrevista e marquei indiscretamente algumas partes muito boas e que eu assino embaixo, hehe!!!

Parabéns Sandro!
Fonte: http://www.portalmtg.com.br/noticia/entrevista-com-sandro-nicoloso

"O Portal MTG, dando continuidade à série de entrevistas com instrutores, posteiros e professores pelo Rio Grande do Sul, traz para a esta charla Sandro Nicoloso Oliveira, 46 anos, nascido e criado em Santa Maria. Acompanhe nossa prosa:
Portal Quando começastes no tradicionalismo e quando começastes esta belíssima carreira de instrutor de danças?
Nicoloso - Bueno, era maio de 1981 na Escola João Belém. Sob a instrução da professora de Educação Artística Itajira Biacchi, literalmente comecei meus primeiros passos. Foi o primeiro contato com este mundo - digo “mundo” pois minha formação familiar, embora sendo ligada a música, nada tinha ver com cultura artística  gaúcha, mas sim italiana.
Ao acompanhar amigos nos eventos relacionados a dança gaúcha, fui descobrindo um gosto ilimitado pelo mundo gaúcho.
Após essa descoberta, fui parar não sei como no D.T.C.E. ATIRADOR ESPORTIVO, clube da cidade que estava formando um departamento artístico. E esse gaúcho, já tomado pelo gosto das danças e festivais, abraçava a participação em rodeios e o FESTIVAL DO MOBRAL (é Rogério, eu dancei no Festival do Mobral...).
Ao findar esse grupo no departamento artístico do Clube Esportivo, onde tínhamos por instrutor e amigo o gaúcho Albino Becker, hoje residente em Brasília, mudei-me de bairro. Fui convidado para integrar um novo grupo que se formava dentro do CPF Piá do Sul e trazia para comandar este trabalho o tão afamado Coreógrafo e Instrutor Pedro Pedroso.
Dali a imersão no sentimento gaúcho foi infindável, pois  recebemos o maior presente e resultado que um grupo poderia almejar: o aplauso incontido do público em reconhecimento ao trabalho realizado. Então ficamos conhecidos como o grupo da BANDEIRA, que este ano completa 21 anos.
No outro ano o grupo tornou-se GRUPO TANGARÁ CANTO E DANÇA, este já com pesquisas de folclores latino americanos, vivências de muitas viagens e  muitos dançares que contribuíram para a minha formação.
Meu primeiro grupo como instrutor foi o CTG Vaqueanos, da cidade de Restinga Seca, perto de Santa Maria. Mas não posso deixar de citar aqueles que deram crédito a este peão, como: Ponche Verde CTG (Santa Maria); CTG Sinuelo do Pago (Uruguaiana); CTG Aldeia Farroupilha (Farroupilha); CTG Campo dos Bugres (Caxias do Sul); CTG Adaga Velha (Rosário do Sul); CTG Sentinela da Querência (Santa Maria); CTG Estância Gaúcha do Planalto (Brasília-DF); CTG Sentinela da Tradição (Lucas do Rio Verde-MT); CPF Piá do Sul; CTG Francisco Casaline; CTG Os Gaudérios; e a grandes amigos que optaram em realizar um trabalho junto comigo entre eles: Douglas Gauchão (Foz do Iguaçu- PR); Luizinho Portes (Campo Grande-MS).
E gracias à todos que confiaram seus grupos e trabalhos a minha participação.
Portal Que grupos trabalhas hoje?
Nicoloso - Sou instrutor do DTG Noel Guarany da UFSM; GAN Vaqueanos da Tradição de Soledade com Daniel Telo; DC Alma Gaúcha de Dom Pedrito juntamente com  Diego, Tiago, Bruna e Fabiele CTG Rodeio de Encruzilhada; DTG Estância Velha, estes dois na parceria do Anderson Santos.
PortalDos grupos trabalhados, destaque passagens interessantes que marcaram sua vida.
Nicoloso - Bueno, não tem como esquecer lá no início, com o Grupo Tangará Canto e Dança (dançarino), a emoção de ser reconhecido pelo público e aplaudido de pé por todos no antigo Fegart/88. Indescritível a sensação!
Quando no Fegart/ 97, com o CTG Aldeia Farroupilha, passar pela primeira vez para a final em Santa Cruz do Sul, grande momento e gracias aos dançarinos que fizeram parte daquele sonho.
Em  2001 no Fenart em Brasília, ser vice-campeão de danças com o CTG Estância Gaúcha do Planalto, tinha gosto de superação.
No ano seguinte 2002, o tão sonhado primeiro lugar de danças no Estadual em Brasília. Tudo corria contra, mas novamente a união daqueles dançarinos foi maior.
No ano 2007, o 3º lugar no Enart com o CPF Piá do Sul, foi a certeza que a determinação vale a pena sempre. Orgulho-me daquele trabalho e dos que ali estiveram conosco.
Em 2007 e 2008, ter auxiliado na conquista dos títulos do grupo juvenil do CPF Piá do Sul no Juvenart.
Nunca esquecendo que nosso caminho não foi trilhado somente por  conquistas, também por momentos tristes com perdas de amigos que lutavam pela mesma causa.

PortalNa função de instrutor, não seria interessante ser trabalhadas outras questões que não só a dança?
Nicoloso - Sim, nos dias de hoje temos uma grande concorrência a  “massificação conceitual”. Ela nos leva a conceitos já prontos ou estudados e direcionados, tornando nossos  jovens  papagaios destes “estudos”.

Temos sim o dever de levar a teoria e o debate a eles, para que  o absorvam e aí sim construam seus próprios conceitos.

Hoje os grupos participam de cursos em que são instituídos argumentos estudados e tornados corretos e por muitas vezes não se importam em saber o que mais sobre o assunto.

Nossa dança  é  parte de um todo da nossa cultura, ela não é o todo.

Portal Por que não são trabalhadas?
Nicoloso - Olha, não sei os demais colegas, mas procuro muitas vezes inserir parte destes debates dentro das salas de dança. Temos uma procura imediata por resultados, por uma melhor performance nos concursos, pois se nós instrutores não proporcionarmos resultados positivos, somos tachados de ineficientes e que ficamos nos preocupando com estes detalhes que “não são avaliados nos rodeios durante as danças”.

Fica então uma luta constante entre o que se tem que divulgar e o imediatismo dos resultados.

Portal Por que, na tua opinião, é tão difícil se chegar a um consenso quando se trata de danças tradicionais?

Nicoloso - Acredito que por um motivo bem simples: INTERESSE PROFISSIONAL. E isso é natural, deixo bem claro. Não estou contra, é apenas uma constatação. Cada um, como se diz, “puxa a lenha pro seu assado”. Não estou falando nada de anormal, bem pelo contrário. Somos seres competitivos e não ensaiamos por ensaiar, queremos sempre mais.

Portal Achastes importante a força “B” no ENART e nos rodeios? E a transmissão via internet?

Nicoloso - Excelente esta força B. Agora precisamos que as autoridades lhe dêem valor necessário e que organizem pequenos detalhes na sua operação, pois nela também é investido muito suor, verbas e sonhos.


A transmissão é algo necessário e de vital importância ao festival e a nossa cultura, por se propor a divulgar e levar além das fronteiras nossas tradições.
PARABÉNS A TODOS QUE FAZEM ESTE PROJETO!

Portal O que tu sugere como motivador para os grupos que estão se preparando pra concorrer em rodeios ou mesmo no ENART?

NicolosoPrimeiro quero dizer que devemos ter nas danças um instrumento de motivação para essa geração de jovens com seus anseios e sonhos, ensinando por meio desses grupos a disciplina, a organização de metas e a superação contínua do ser humano.


Lembrar que um rodeio e um Enart são parte de nossa história e não podem ser elementos desmotivadores ou  incentivadores da vaidade desmedida.

Nem sempre ganhamos, nem sempre perdemos, mas o respeito ao próximo deve sempre imperar.
        
Agradeço a Deus pela saúde e pela família que tenho. Gostaria de agradecer sempre a pessoa de minha esposa, instrutora e coreógrafa Luciana Fagundes, que sempre me acompanhou, dividindo as conquistas e derrotas, sempre de forma positiva e corajosa. A ti, Luciana, e a meus filhos Ícaro e Aquiles, fica meu agradecimento pela parceria pela arte.

Rogério Bastos para Portal MTG."



FEITO!