sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"As marcas Espanholas no RS"

Esta foi a pesquisa que apresentei à Comissão Avaliadora em minha prova artística na 40ª Ciranda Cultural de Prendas - Fase Estadual. Mantive, para a postagem, o texto original, assim como enviei. Aqui, falo apenas de algumas "marcas". O texto é maior, a pesquisa é extensa. Mas resumi para poder entregá-lo que forma compacta para a Comissão. Estas MARCAS que cito aqui são apenas algumas das coisas das quais o Movimnto Tradicionalista Gaúcho ACEITA a influência espanhola. Mas tem muito mais... 

Ah, e obrigada à todos que sempre me disseram que esta prova marcou aquela Ciranda! Isso vale muito! Beijos, Tainá.


Apresentação Para a prova Artística da 40ª Ciranda Cultural de Prendas – Fase Estadual, a temática escolhida fora “As marcas espanholas no Rio Grande do Sul” pelas seguintes razões:

 • Ser uma influência cultural no RS de forma bastante expressiva;

 • Revitalizar a influência espanhola, por serem justamente os espanhóis a primeira etnia estrangeira em Santa Maria e ter aqui um de seus abrigos.

 • Usar esta influência como uma das marcas da multicultural região de Santa Maria, receptora de distintas fontes de cultura, aqui mescladas e produzidas.

• Ter tido um contorno histórico similar ao de minha família Valenzuela, ou seja, originária da Espanha, vêm para a América pelo Rio da Prata e se aloja inicialmente na Região da Cisplatina, atravessa a fronteira oeste do RS, e, entre outros lugares, arrancha-se na região Central do Estado.

Foram selecionadas as seguintes influências:

 • Na indumentária: a preferência das espanholas pelas cores “fechadas”, o uso de rendarias e babados, o contraste de cores;

• Na poesia: o texto apresenta, através da história de uma moça, a história daqueles que habitam inicialmente o campo e com o passar do tempo optam em mudar-se para a cidade (neste caso, minha história familiar);

• Na música: o principal elemento do conjunto musical são os 3 violões, sendo o violão originário da “guitarra espanhola”;

• Na dança: escolhida, como dança tradicional, a Tirana do Lenço, e para a dança de salão a Milonga Rio-Grandense (estilo “romântico”).

As marcas Espanholas no RS

A Espanha
A nação espanhola vem se consolidar através de sua Monarquia, organizada durante a luta dos cristãos contra muçulmanos árabes que estavam ocupando a península Ibérica. Devido esta e outras circunstâncias, observamos uma região que esteve em contato com diferentes povos, tendo assim, sua formação cultural mesclada em mais de uma influência. Podemos considerar os ciganos como a principal delas, pois darão base a muitas especificidades espanholas, que com os trâmites da história, irão chegar até o Sul do Brasil.

A Dança
O principal ícone da dança espanhola é o Flamenco, que nasce no século XVIII como uma manifestação artística absolutamente popular, resultado da fusão de diversas culturas que atravessaram a região da Andaluzia em períodos anteriores. Os ciganos, habitantes da região, “elaboraram” essa forma de arte, e anexaram a ela a expressão de seus sentimentos, principalmente por serem corriqueiramente perseguidos. A dança era também uma forma de, em segredo, extravasarem seus sentimentos, os de sofrimento e os de felicidade e romantismo igualmente. O uso dos acessórios é comum, como o leque, as castanholas e os lenços (mantón), que demonstram determinação, sedução e também compõem um ritual místico de atração de boas influências e energias.

A Música
A expressão sentimental da música espanhola tem grande relação com o desenvolvimento da dança Flamenca. O instrumento mais conhecido é a “guitarra”, sendo que a guitarra de flamenco se desenvolveu a partir dos instrumentos de cordas originários da própria Espanha.

A Indumentária
O gosto das Espanholas sempre foi bem evidente em suas vestimentas. Os babados, as rendas, o choque de cores e algumas estampas sempre fizeram parte do imaginário. Segundo Úrsula Carvalho Silva, “esse país (Espanha) sempre manteve certo rigor em sua indumentária pela tradição cultural e religiosa, e com sua ascensão econômica, passou a influenciar outros paises”. Na Idade Moderna, a moda era influenciadora além do gênero, servia tanto para homens quanto mulheres. No caso do século XVI, os soldados espanhóis chamados Lansquenets valiam-se da mistura intensa de cores e tecidos, forros bordados a mostra e o uso de fitas, que, entre outros elementos, se popularizaram e se difundiram em sua região. Sendo uma das nações mais prósperas da Europa do século XVI, a Espanha passa a servir como base de moda em diversas localidades. Na moda européia do século XVIII as cores eram predominadas pelo vermelho-escarlate, vermelho-cereja, azul escuro, mas também se viam os claros como rosa, azul-céu e amarelo-pálido. Ainda, segundo a autora, “para as mulheres foram usadas muitas flores, nas roupas e nos cabelos, tanto naturais quanto artificiais. (...) Os vestidos (...) eram finalizados por babados, rendas e laços de fita. Os boleros, jabôs e saliências estilo “fofo” nas mangas, foram inspiradas nos toureiros. Recebem novo acabamento e compõem a moda feminina ainda no século XVII. Influência no Rio Grande do Sul Segundo a folclorista Lilian Argentina, estudar a influência espanhola é repisar “a própria história da formação e povoamento da terra rio-grandense” .

Sabe-se que nenhuma cultura estrangeira foi absorvida integralmente no RS, porém podemos observar inúmeros reflexos de distintas etnias na formação cultural gaúcha. Atravessando a atual fronteira oeste do Rio Grande do Sul, os espanhóis adentraram a região gaúcha e se arrancharam em diversas localidades. Se inicialmente se localizaram no oeste, em pouco tempo se espalharam em diversos locais da região, tanto que inúmeros conflitos foram travados entre as Coroas Portuguesa e Espanhola entre os séculos XVII e XVIII pela posse do território. Santa Maria sempre foi conhecida como “região de passagem”, o centro do Rio Grande do Sul. Transitaram na depressão central gaúcha os mais diversos povos em seus distintos momentos históricos e em suas concepções culturais distintas igualmente. Os espanhóis foram a primeira etnia estrangeira a cruzar pelo atual território de Santa Maria, o que é amplamente afirmado por Júlio Quevedo, que diz No século XVII, antes da região de Santa Maria ser colonizada efetivamente pelos luso-brasileiros, ela foi conquistada por súditos da Coroa de Espanha, em consonância com o Tratado de Tordesilhas. No mesmo trabalho, o autor ainda nos permite observar os motivos que levam às análises sobre as influências espanholas ficarem geralmente em segundo plano, o que nos alerta ao seu necessário resgate. Diz Júlio Quevedo: "na medida em que os conquistadores luso-brasileiros foram incorporando esta região à América Portuguesa, a partir de seus diversos acampamentos militares, foram meticulosamente construindo uma história que nega os diversos vestígios da dominação da Coroa de Espanha no local. Desta forma, valorizar a cultura espanhola nos remete à preservação dos valores daqueles que inicialmente formaram o Rio Grande do Sul (inclusa a Região Central). Essa missão é gratificante, pois é inevitável render-se às rendas, às cores, ao linguajar, à força e todos os encantos e os fascínios espanhóis."



Últimas considerações do dia de hoje, 3 de agosto de 2012:

Meus caros, não somos colonizados apenas por portugueses mesmo. Os espanhóis chegaram aqui bem antes, era deles a posse do território conforme o Tratado de
Tordesilhas, em 1494. As reduções e as Míssões são ótimos exemplos disso. Foram os Jesuítas da Coroa de Espanha que procederam o proceso de conquista do território que hoje conhecemos por Rio Grande do Sul. Eu, por exemplo, sou de descencência espanhola (VALENZUELA). O RS que foi pintado de lusitano integralmente (pois o litoral, o leste o é, de fato) foi uma adaptação muito bem organizada pelo IHGB na produção da identidade e do sentimento nacional, onde, com o Brasil com limites territorias definidos, incluindo o RS (que só se tornou parte do Brasil efetivamente RECÉM no século XIX), precisava organizar um Estado Nacional que se identificasse com seu próprio governo. Se existe uma pilcha legítimo do Gaúcho Brasileiro, eu desconheço. Conheço
a indumentária que o Movimento institucionalizou, e a uso nos eventos tradicionlaistas do MTG pois esta é a norma. Porém, muitas coisas estão equivocadas na construção da indumentária e na idéia de identidade que nosso Movimento construiu. Não somos lusitanos. Eu sou Gaúcha, eu sou Brasileira tb, assim como a maioria dos tradicionalistas do RS. Mas minha origem não é Portuguesa. Se for assim, nem o Serrano pode usar a pilcha do gaúcho brasileiro, pois são parte da história do RS sim e já estudei bastante pra saber que eles não usavam bombacha. Se a cultura dos imigrantes não faz do RS, então nada faz, apenas a cultura indígena. A história platina, a história missioneira, a história do litoral e da serra, tudo tem a ver com minha cultura sem sombra de dúvida. Ao mesmo tempo, muito se foi inventado e dito "mas isso é castelhano" e não é nem castelhano e nem nada, é modinha. Muito modismo foi de fato, inventado, e apelidade de castelhano, e não são. Porém, aquilo que é de fato, castelhano, é a base da nossa gênese. Se a influência espanhola tiver que ser desconsiderada, queimemos todos os violões, deletem todas as milongas, retirem do manual de danças a Tirana do Lenço... "No século XVII, antes da região de Santa Maria ser colonizada efetivamente pelos luso-brasileiros, ela foi conquistada por súditos da Coroa de Espanha, em consonância com o Tratado de Tordesilhas [...]. Na medida em que os conquistadores luso-brasileiros foram incorporando esta região à América Portuguesa, a partir de seus diversos acampamentos militares, foram meticulosamente construindo uma história que nega os diversos vestígios da dominação da Coroa de Espanha no local." QUEVEDO, Júlio. As origens missioneiras de Santa Maria. In WEBER, Beatriz. RIBEIRO, José Iran. (Orgs). Nova História de Santa Maria. Santa Maria, RS: Ed. Palotti, 2010.

 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Com a palavra, JANINE APPEL - Prenda.

(OBS.: Desculpem este post de frases "amontoadas", o blogger realmente não está atendendo minhas configurações...) Geniais palavras da minha cara Janine Appel, postadas via facebook, neste mês de maio que, todo o ano, mexe com os corações da prendas. Reproduzo aqui com a autorização da mesma e que suas palavras sejam lidas, refletidas e sentidas. Muitos lêem e concordam e acham lindo, e tem atitudes completamente inversas. Fica aqui meu registro e minha admiração pela trajetória dela, sempre muito digna e muito acima de quaisquer títulos e vaidades. Tomei a liberdade de colocar alguns trechos em negrito. Os grifos são meus. Beijos, Tainá Valenzuela - Prenda. "Trecho do meu “discurso de despedida” do cargo de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul 2007/2008. Júlio de Castilhos, maio de 2008: “Finalizo minhas últimas linhas, despedindo-me do cargo que tive a honra de deter por 371 dias, manifestando meu apelo, meus votos e minha disposição para trabalhar no intuito de que a magia envolvente da Ciranda Cultural de Prendas e do Entrevero Cultural de Peões permaneça sendo a grande porta de entrada da juventude no Tradicionalismo e a grande fonte de militância e de execução de nossos projetos culturais. Mas que as possibilidades pro jovem no nosso Movimento não se engessem e nem se esgotem por aí, mas que elas se multipliquem, impedindo que nossos concursos, adiante, constituam então a grande porta de saída da juventude do nosso meio...” Estamos a uma semana da fase final desta edição da Ciranda – cinco anos depois de eu ter realizado o sonho de ser Prenda do Rio Grande, aqui na minha adotiva “Santa Maria da Boca do Monte”... Novamente maio... Maio – mês das mães, mês das noivas, mês das prendas... E tenho algumas considerações a fazer. A primeira delas: tenho, sim, muito orgulho de ter sido/ser a 1ª Prenda do RS 2007/2008. Isso não quer dizer que o Concurso não tenha, na minha humilde opinião, muitas falhas que ainda precisamos reparar... (mas eu só me atrevo a criticar aquilo/quem eu realmente amo, se aquilo/quem pode ser melhorado e se eu posso contribuir nessa melhora. Esclareci?). Mas, muito tempo depois, tenho convicção de que a grande vitória não foi a conquista do título – perseguida ao longo de 10 anos. Venci, na medida em que o “meu sonho” deixou de ser só um capricho de guria mimada para tomar a dimensão cultural que essa conquista tem. Ainda hoje, digo e repito: não foi só a Janine Appel que foi a Prenda do Estado; o meu CTG Júlio de Castilhos, a comunidade da pequena e adoravelmente provinciana terra do Gado Charolês, minha Júlio de Castilhos, a querida e eterna 9ª Região Tradicionalista... Todas as pessoas – meus verdadeiros amigos queridos por quem tenho e sempre terei amor respeito e gratidão – partilharam desse sonho,o tomaram para si e se empenharam na sua realização. Fomos, juntos, Prenda do Rio Grande do Sul. Entendem a diferença, Prendas? Pois é... Gostaria de dizer, agora que o “momento de vocês” se aproxima que... não busquem apenas ao título, não almejem tão pouco! Não pensem que um pedaço de couro fará de vocês mulheres mais preparadas para a vida, mais bem sucedidas, mais felizes... A grande diferença na vida de vocês, quem fará são vocês mesmas quando entenderem que as pessoas valem mais que qualquer soma matemática. Porque, no final das contas, o concurso diz que a vencedora é aquela que pontua mais! Mas, sinceramente, queiram mais que somar pontos! Esmerem-se, sim, na realização do sonho de vocês – das famílias de vocês, amigos, comunidades, CTG’s, RT’s. Mas aproveitem a Ciranda e as oportunidades que o exercício do cargo trouxerem a vocês para crescerem, com humildade... Essa é a vitória real. Em tempo: não contentem-se apenas com a participação nos concursos. O espaço para a juventude dentro do Movimento Tradicionalista não pode nem deve ser só esse. Busquem mais, repito! Precisamos que a nossa juventude, Prendas e Peões, Departamentos Jovens, dançarinos de Invernada tenham mais voz e vez nas instâncias de decisão do MTG. É o que eu penso, é o que eu desejo – é a minha opinião. Qual é a “nossa” (bah, me incluí entre os jovens, mas aos 29, pelo regulamento, acho que já não posso ser mais considerada jovem?!) participação em Congressos e Convenções? Apresentamos proposições tanto quanto poderíamos? Nossas proposições – que representam as nossas reivindicações – recebem a atenção merecida ou necessária? Temos poder de voto? As votações dos nossos representantes acolhem e atendem os nossos anseios? Nesses meus anos de Tradicionalismo (não são tão poucos...), realmente vi nessa gurizada a nossa grande mão-de-obra nos projetos culturais. Poucas ou raras vezes vi um Patrão de CTG, um Coordenador regional, um Conselheiro ou um Presidente do MTG indo numa escola num fundo de vila pra fazer projetos culturais ao longo de meio ano... É por razões como essa que respeito tanto vocês que participam de Ciranda e Entrevero, como militantes abnegados do Tradicionalismo, que como único prêmio de reconhecimento pelo trabalho prestado, buscam um “simples pedaço de couro”. (Mas, repito: queiram mais!) Admiro uma juventude que, longe de querer tudo nas mãos, mata dois leões por dia, trabalhando o dia todo pra ajudar a pagar a conta de luz em casa e a faculdade que cursa à noite, e aos finais de semana, entre tantas alternativas, emprega sua energia na causa tradicionalista. Entendem quando eu digo que o pedaço de couro nem é o mais importante? Vocês já são vencedores na vida, só por essa postura de batalharem pelo que acham ser justo!... Última consideração: li esses tempos que atitudes como as que presenciamos no Entrevero Cultural de Peões – em que alguns peões colocaram seus cavalos mais mansos à disposição de um concorrente que estava com medo de montar – seriam inimagináveis no Concurso de Prendas. Não concordo com a generalização, já disse e repito. Apesar de que a Ciranda está, sim – e muito mais que o Entrevero – cheia de “caça-couro” (faixa ou crachá). Mas existem exceções. Exemplo: eu estudei com uma “concorrente” no meu último concurso regional, nos emprestávamos livros e polígrafos... acho que quando a gente é pobre e tem pouca grana até pra comprar o que precisa pro concurso, a gente fica mais solidário mesmo! Íamos uma ao projeto da outra, pra ajudar. Aliás, ela foi minha “irmã” num dos momentos mais difíceis da minha vida – e não se tratava de um cavalo arisco. Esse (pré) conceito sobre a postura das Prendas frente ao concurso é porque somos Mulheres? Espero que não. Então, minhas flores! Ficamos combinadas assim: sem fricotes ou vaidades ou mesquinharias, passem pela Ciranda com toda dignidade e respeito às suas “oponentes”. Mostrem maturidade diante da disputa: sejam superiores a ela. Vale à pena, eu garanto! Boa Ciranda a todas vocês e a todos que forem a Passo Fundo... Pra matar a saudade: um beijo no coração! Janine Appel - "Prenda" "

quinta-feira, 1 de março de 2012

Medidas do Ministério Público - Denúncia de irregularidades da Semana Farroupilha

Mais um e-mail recebido pelo caro Carlos Homrich com uma excelente notícia para todos os tradicionalistas que prezam por um Movimento íntegro.
E ainda, engajados no tema quinquenal, "O MTG ENGAJADO NA CAMPANHA DE COMBATE À CORRUPÇÃO"!
 
QUE ASSIM SEJA.
 
"Meus Amigos Tradicionalistas.
 
PARABÉNS A ATUAÇÃO MINISTÉRIO PÚBLICO
 
Todos nós estávamos preocupados com a inércia do Ministério Público diante da Denúncia ofertada em relação a prestação de Contas da Semana Farroupilha.
Acho que nos enganamos, mas continuamos a torcer.
Hoje (01.03.2012) no Jornal do Comércio e Diário Gaúcho, ontem (29.02.2012) no Correio do Povo saiu a seguinte nota abaixo transcrita;
 
                   "SEMANA FARROUPILHA
       O Tribunal de Contas do Estado determinou
a instauração de tomada de contas especial por
parte da Secretaria Estadual de Cultura, Banrisul,
CEEE e Prefeitura de Porto Alegre, para que
sejam apuradas possíveis irregularidades na
prestação de contas dos repasses que estes
órgãos efetuaram ao Movimento Tradicionalista
Gaúcho para realização da Semana Farroupilha."
 
Fico contente que nos parece que serão apuradas as denúncias. Acho que nós Tradicionalistas não merecemos tanta desonra. Já chega o que vem acontecendo, como aconteceu no Congresso Tradicionalista Gaucho de Pelotas, quando retiraram de nossos Estatutos os Direitos e Deveres das Entidades que congregam o Movimento Tradicionalista Gaúcho, com a desculpa de estarmos enxugando nossos Estatutos, quando a verdade tornando eles nulos de direito.
 
Vamos torcer para a moralização do MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO.
Fiquei muito contente com o que diz o nosso VICEPRESIDENTE DE EVENTOS DO MTG RS - O MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO ESTÁ ENGAJADO NA CAMPANHA DE COMBATE À CORRUPÇÃO. É isto que todos nós esperamos de nossos dirigentes (Conselho Diretor, Coordenadores, e todos os Tradicionalistas) e não o que vem acontecendo durante todos estes anos."
             
  Carlos Homrich
Advogado
OAB/RS 39.479
Tradicionalista
Ex-Vice Coordenador da 1ª RT
Ex-Patrão do DTG MALA de Garupa

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"Aberração Jurídica" - Mais uma polêmica de MTG...

Pois é, povo.. Os problemas seguem.

Recebi um e-mail do tradicionalista CARLOS HOMRICH relatando uma "aberração jurídica", conforme ele expressou, que passou pelo Congresso deste ano.

Quando estavam sendo feitas as alterações do estatuto no Congresso de Pelotas, eu me contorcia na cadeira.
 
Primeiro que, com o Estatuto perdendo tantos itens, inclusive o de Direitos e Deveres, nós perdemos nossas chance de alterar diversas coisas que ficaram sob a "bênção" dos regulamentos que, por sua vez, só podem ser alterados na Convenção pelas mãos do próprio Conselho Diretor e de uma minoria de Coordenadores.
Ainda tivemos que ficar ouvindo a ladainha HIPÓCRITA que dizia: "É apenas para enxugar, para não ser repetitivo... POR FAVOR, MEUS CAROS.

Não me manifestei perante o público, apenas usamos nossos votos para sermos contra. Devia ter falado, mesmo sabendo que não ia alterar o panorama da votação (assim como quando falei do livro aquele).
Reproduzo aqui as palavras do Carlos, que é advogado, na íntegra, conforme recebi dele por e-mail. Aproveito e agradeço ele pelo contato, pelas palavras de incentivo e por me autorizar a publicar o texto dele aqui!


"Meus Amigos Tradicionalistas.

             Recebi esta informação e estou repassando aos amigos para que tomem conhecimento da “aberração jurídica”. Tal absurdo está sendo publicado no blog do Léo Ribeiro:blogdoleoribeiro.blogspot.com, amanhã, dia 27.02.2012.
             Acredito ser de suma importância para o Tradicionalismo Gaúcho , já que todos nós Tradicionalistas é que pagamos o pato pela aberração.
            Tal informação me foi enviada pelo Tradicionalista e Advogado Flávio Belmonte, Ex Conselheiro do MTG, Ex Jurídico do MTG.

Durante  o último congresso foram promovidas alterações nos Estatutos do MTG, onde se retirou deste os Direitos e Deveres do Associado ( filiado) remetendo isto para o Regulamento Geral. (art. 23 e 24 do Estatuto)

Trata-se de absurda irregularidade, pois o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 54.º diz que isto é  obrigatório que conste  do Estatuto, " sob pena de nulidade"!.
                                   Agora, vamos por partes:
                                   Artigos 23 e 24 dos Estatutos do Movimento Tradicionalista Gaúcho:
            Art. 23 – São direitos dos filiados - efetivos, de acordo com o grupo a que pertencem:
                        - Ali citam vários incisos referentes aos direitos das Entidades de Participação Plena, Parcial, Especiais e Entidades Associativas Tradicionalistas Municipais, como direito a voto, entre tantos outros;
                        - Portanto essenciais que constem de um Estatuto, principalmente Estatuto de uma Entidade que congrega os CTG’s – Centro de Tradições Gaúchas e outras, as quais preservam o núcleo da formação gaúcha e a filosofia do movimento tradicionalista e tudo decorre da Carta de Princípios;
            Art. 24 – São deveres de todos os filiado:
                        - São ao todo 13 (treze) incisos que colocam todos os deveres dos filiados, ou seja, os deveres das Entidades de Participação Plena, de Participação Parcial, Especiais e Entidades Associativas Tradicionalistas Municipais, CTG’s – Centro de Tradições Gaúchas e outras entidades que preservam o núcleo da formação gaúcha e a filosofia do Movimento Tradicionalista Gaúcho e igualmente decorrente de nossa Carta de Princípios;
                        - Mais uma vez, essenciais estes incisos em um Estatuto.
                        Estes artigos, que foram retirados do Estatuto do MTG passaram a serem os artigos 17 e 18 do Regulamento Geral do MTG.
                        No Regulamento Geral, já constam nos artigos 17 e 18 que trata dos filiados ao MTG. Os Direitos e Deveres devem obrigatoriamente constarem nos Estatutos, portanto não serem retirados daquele sob pena de nulidade.
                        Amigos Tradicionalistas foi retirados estes artigos do Estatuto do MTG – DIREITOS E DEVERES DO ASSOCIADO no Congresso de Pelotas e aprovado ferindo seriamente nosso Código Civil Brasileiro em seu artigo 54, inciso III, CAPÍTULO II - DAS ASSOCIAÇÕES que nos diz que:
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
...
III - os direitos e deveres dos associados;
...
            Como disse nosso Amigo Tradicionalista e Advogado Flávio BelmonteO que constato é que, mais uma vez, um pequeno grupo, se arvorando da condição de sabedores do que é melhor ou pior para o movimento, resolve baixar normas e  planejar alterações sem a devido debate e sem a devida competência e conhecimento para isto.
                        Senhores são exatamente estas aberrações que estão acontecendo, com a aquiescência do Conselho Diretor, Coordenadores Regionais e inclusive do Departamento Jurídico do MTG que as passam sem o menor questionamento, consulta do que está sendo proposto.
                       
                       Melhor dizendo. Temos um Estatuto que pode ser considerado nulo por estar faltando algo essencial ao seu conteúdo. Já imaginou a situação?



                        Pergunto. 
Não acham os Senhores que podemos ser considerados incompetentes perante a opinião pública?
Porque nossos dirigentes não dão um basta nisso e deixemos de cometer estes erros?"

Carlos Homrich
Advogado
OAB/RS 39.479
Tradicionalista
Ex-Vice Coordenador da 1ª RT
Ex-Patrão do DTG MALA de Garupa

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Movimento POPULAR derruba aumento dos salários dos Vereadores, Secretários e Prefeito em ROSÁRIO DO SUL.

 

Orgulho.

É a primeira palavra que me vem em mente quando penso que, hoje pela manhã, o Prefeito Ney Padilha revogou a Lei que aprovara o aumento do salário do Prefeito (que seria maior que o do Governador), dos Vereadores e dos Secretários Municipais.



Um movimento popular e pacífico conquistou isso.



QUE EXEMPLO, ROSÁRIO, QUE EXEMPLO!!!!!




Não sei qual foi o morador da cidade (se alguém souber aí me conte!) fez a "fofoca", como disseram por aqui, de que, em algumas sessões extradiordinárias de finzinho do ano e inicinho desse, os vereadores haviam aprovado um aumento salarial de mais de 40% para, como já disse, vereadores, prefeito e secretários.

Quando a notícia correu, causou aquela indignação.

Mas Rosário, essa "cidadezinha" da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, abraçada pela Serra do Caverá que protege seus 40 mil habitantes, fez mais, bem mais, do que lamentar.

Foto: Lenise Severo
Organizou-se uma manifestação via internet que recebera amplo apoio imediatamente. Mais que isso, o povo fora chamado para ir pra rua hoje, dia 26 de janeiro de 2012, ao meio dia, para protestar, manifestar seu descontentamento com medidas aprovadas em condições de quase sigilo. O povo pedia que o aumento fosse cancelado, que estas verbas fossem destinados para as necessidades da cidade.

O melhor? O POVO CONSEGUIU.

O povo conseguiu, meus caros!!!!

E Rosário do Sul agora vem esfregar na cara do país inteiro que um povo, se tiver coerência e força, pode movimentar a sua situação política sim!

Foto: Raquel Pospichil


O movimento foi pacífico, sem briga, sem maldade, seu sensação de guerra. O povo não queria guerra, nem quer. Quer paz. Paz, saúde, educação, segurança.




Parabéns, Rosarienses, parabéns!






Um tapa de luva ainda nos que dizem que é uma cidade de m****, o c* do mundo... Por que estas frases? As festas não são boas? Os finais de semana são monótonos?
Por favor, isso não é motivo... Nunca ouvi estes reclamões falarem de dificuldades do dia-a-dia... A maioria sai daqui e só reclama...

Esses... Que enchem a boca pra reclamar, que busquem seu espaço e lutem por aquilo que acreditam! Assim como fora feito!

E Rosário, se deixa de ser opção de morada para alguns, devido interesses de vida como eu, interesses que, quando eu saí, a cidade não podia oferecer, é minha terra e eu encho a boca pra dizer em qualquer pago por onde eu pise.

Aqui, há beleza natural da Serra do Caverá, da Praia das Areias Brancas...
Há locais históricos, fora ponto estratégico do século XIX com a Cisplatina e no XX com a produção frigorífica.
Tem Nossa Senhora de Fátima, tem construções grandiosas como a ponte Marechal José de Abreu...
É a terra da Gauderiada, da FenaCitrus...

É a terra de um povo incomparável!
É a terra que eu tenho orgulho de ser filha!!

PARABÉNS, ROSARIENSES!!!!!

Coerência, conquista, força e... Bom humor!! Eita!!!

Fotos e Montagem: Lenise Severo

Fotos e Montagem: Lenise Severo

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

VOX POPULI - Resultado da enquete:

Qual sua expectativa frente à obra "Manual do Tradicionalismo", da autoria de Manoelito Carlos Savaris, que fora lançada no Congresso de Pelotas e aprovada para ser adotada pelo MTG?"

  

  • Deve ser uma obra excelente, assim como as demais obras do autor: 1 voto

  • Deve ser uma obra péssima, assim como as demais obras do autor: 4 votos

  • Vem realmente preencher uma lacuna que havia nas publicações no nosso Movimento: 2 votos
  • É uma lacuna que vai continuar existindo, mesmo com esta obra: 8 votos
  • O autor tem competência para abordar todos os temas que propõe: 2 votos
  • Como pode um autor acreditar que domina com propriedade taantas áreas de conhecimento?: 16 votos
  • O autor, desde já, está de parabéns por nos brindar com mais esta obra: 2 votos
 
  • Deve ser mais um livro "Ctrl C + Ctrl V" de outro monte de livro: 16 votos

  • Discordo da opinião da Tainá dita no Congresso: 3 votos

  • Concordo com a opinião dada pela Tainá dita no Congresso: 18 votos


 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

GAUDERIADA DA CANÇÃO GAÚCHA - 30 AN0S

Tanto sou apaixonada pelo nativismo e pelas coisas do nosso Sul que trabalhei com o tema na minha monografia e os festivais são meu trabalho de mestrado.

E a Gauderiada que, até onde me consta é o único dos festivais nascidos antes da década de 1990 que continua ininterrupto, tinha tudo para ter grandes momentos especiais na comemoração dos seus 30 anos.

Me ofereci, com todo o coração, pra trabalhar no resgate histórico do festival e fazer um material em vídeo para ser rodado no telão em algum intervalo de show ou na abertura do evento. Cheguei em Rosário, minha terra, apenas na 2ª feira. Consegui contato na 3ª com uma das pessoas que mais trabalha pra que este festival aconteça ano pós ano, que me disse que não haveria nada específico para os 30 anos. Esta tão importante pessoa me disse que eu poderia sim fazer este trabalho, que comecei a movimentar na 3ª feira mesmo. Rodei parte da cidade contatando pessoas, conseguimos o apoio da Master Telões que fez a filmagem sem custo algum (a filmagem que pude agendar apenas na 5ª feira), consegui fotos com o pessoal dos jornais daqui, que me cederam fotos sem me cobrar pela autoria delas e me dando todo o apoio.

Filmamos o pessoal então, 5ª de tarde. Contatei o Presidente da Associação (que eu não havia localizado antes) na 5ª, falei do trabalho e ele disse que tudo bem.

Consegui contatar várias pessoas para a entrevista, algumas não foram, não puderam ou não quiseram.

É sim um trabalho que poderia ter muito mais gente envolvida, mas o tempo era pouco e me restou, felizmente, ficar com aqueles que eram providos de boa vontade e entender os que realmente não puderam participar.

O pessoal da Master trabalhou nos arquivos de vídeo até quase meia noite de 5ª, me trouxeram aqui no Vô e trabalhei na edição deles toda a noite, até quase 6h. Passei os outros dias estudando o que deu tempo de estudar pra trabalhar nos textos do áudio. Juntei as fotos na Folha e na Gazeta na 6ª de manhã. Fui organizando o material no restante da manhã e no início da tarde...

Eu, o Guazina e o Kovalski gravamos o áudio na Marajá 16h, terminamos perto de 17h, peguei os arquivos e terminei o material antes do festival começar. São pouco menos de 25 minutos de vídeo...

Na 1ª noite, a Gauderiada Mirim começou depois de 22h. Não havia NADA passando no telão.
O Festival começou depois da meia noite, e o intervalo do festival para o show do Tchê Birosca Sertanejo Universitário Garotos foi de 39 minutos. Passaram os patrocinadores e, depois, o telão ficou sem nada rodando, apenas com a imagem do logo dos 30 anos.

Disseram que o vídeo ficaria para sábado. Aguardei...

Não rodou de novo. Fui me informar o que havia acontecido. No som, o rapaz informou que tinham avisado ele que o vídeo fora proibido de rodar. Procurei o pessoal... Alguns indignados com a proibição, outros tentando se esquivar de suas responsabilidades justamente com a proibição. O problema? VAIDADE, POLITICAGEM BARATA. Uns ficaram enciumados com as pessoas que ou estavam no vídeo ou que estavam sendo citadas.

De qualquer forma, avisaram: "domingo, vai passar..." (Intervalo para o show de César e Rogério: 30 inertes minutos).

Domingo, pelo que entendi, a polêmica foi grande quanto ao vídeo (quando eu faço algo sem querer polemizar, polemizam por mim.. Por favor...). Cheguei no parque e fui informada que ele não iria ser rodado. As desculpas encaminhadas foram várias (e sei que as "desculpas" não foram inventadas pela pessoa que veio me informar delas, pessoa que aliás admiro muito e tenho uma consideração gigantesca...): "O video ficou muito longo"; "o público vai cansar de assitir"; coisas assim.

Já tinha avisado do tempo pra outra pessoa, dessas que colocam o festival de pé, e por ele também não tinha problema. Sem contar que o telão ficou sem nada por um bom tempo....

Mas o problema foi ciúmes, ostentação... A valorização de pessoas filmadas ou pessoas citadas no vídeo que incomodou alguns dos atuais membros da Associação.
Será que entendiam por correto que não importa quem fez algo, importa dizer os nomes certos?

Não não... Tinha muito mais gente que eu queria ali e que não tive tempo de chamar, infelizmente. E então a aceitação seria muito pior... Mas fiz minha parte. Não vou ferir minha profissão pra inventar uma história que sirva pra agradar uns e outros.



Mas doeu... Doeu em mim, em minha mãe, em meu namorado, em meus amigos... 
Doeu a falta de consideração com algo que eles sabem que foi feito de todo o coração. 
Doeu ver que colocam em primeiro plano a preservação do ego ao invés da preservação da história. 
Doeu ver que o sentimento de vaidade foi maior que o sentimento de nativismo. 
Doeu perceber que valia mais a pena sustentar a ostentação do que sustentar o respeito.


E sei, sei que o problema não era comigo, nem de longe. 
Mas foi, de qualquer forma, com o que eu fiz. O meu trabalho foi desconsiderado e lhes digo, não tinha pretensão nenhuma. Nem é meu perfil. 
Eu gosto do que eu faço, entendem a sinceridade disso?
Eu amo a cultura do meu Estado, entendem a força disso?


E eu chorei, ah, como sempre... Cruzei meio parque chorando, sem querer demonstrar minha frustração, mas sem sentir nenhuma obrigação de escondê-la.


Sigo apaixonada pela Gauderiada, pela minha Rosário que em muito soube do trabalho feito e muito se indignou com o "vídeo proibido". Quem assistir, vai ver... Não tem nada demais. Quem ver, vai ficar procurando "o que que tem demais ali" pra este furdunço todo... E não vai achar.


Uma pena, acho que o público não ia ter se importado de esperar pelos shows e intervalos assistindo, pelo menos algumas partes, do dvd que eu havia montado.

Me resta agradecer o apoio de cada um e me desculpar com estes mesmos, que tanto mobilizei pra que me ajudassem.

Mesmo assim, a Gauderiada valeu a pena como sempre. 
Linda e excelente estrutura, bom shows (com exceção do Tchê Coisa na 6ª feira, que, se fosse em outro evento, até que tudo bem, mas aquilo lá e Gauderiada não tem fundamento nenhum...), boas músicas (não todas... Normal. Lamentei pelas que não passaram pra domingo).

As músicas Mais Popular, 3ª lugar e 2ª lugar foram muito bem escolhidas! Joel de Freitas Paulo finalmente teve sua linda obra reconhecida com a conquista do 2º lugar que tinha tudo pra ser PRIMEIRO!


Mas as pessoas passam, meus caros.
O que não passa é o que elas fizeram.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Congresso de Pelotas.

Buenas povo!

Vim tecer meus comentários sobre o Congresso de Pelotas!

Por partes, ok?

CREDENCIAMENTO: Deixou falhas de novo... Infelizmente. Hoje, como integrante da Coordenadoria da 13ª, posso dizer que faremos tudo que estiver ao nosso alcance para que o 60º aqui não tenha tais problemas! Sabemos que algumas coisas não competem à cidade/região que recebe o evento, mas daremos o nosso melhor!!
Quanto ao credenciamento, as filas foram longas e lentas... Não tinha como saber em qual fila se deveria estar (as orientações estavam na frente das mesas dos computadores, com um formigueiro de gente e não dava pra enxergar). Houve desencontro de informações também... Pediram aos Congressitas que saíssem das filas lá de fora pois elas eram só para Delegados Eleitores. A gurizada mudou de fila e foi pra que havia sido indicada pela senhora. Nem 5 minutos depois, um senhor chegou na fila e disse "O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI? A FILA DE VOCÊS É LÁ FORA". O pessoal explicou que tinha sido direcionado pra lá, ele disse que não, não e não. Lá voltam os peões e as prendas da fila pra fora...

LOCALIZAÇÃO: Só encontramos o local do evento pois o Patrão tinha um GPS (sério mesmo). A cidade não fora sinalizada pra orientar quem chegava de fora e conhecia pouco da região.

LOCAL: Muito bom o pavilhão! Todo mundo pode se acomodar bem, os banheiros eram amplos e estavam sendo limpos constantemente.

PLENÁRIAS e TEMPO: Achei o tempo mal distribuído. Todas as plenárias poderiam ter acontecido no sábado (levando-se em conta que ir na 6ª feira aumenta muito os custos, com hotel, alimentação...). Sábado de manhã atrasou o início e ainda assim sobrou tempo. E de tarde as coisas começaram a atrasar. Acho que, se há interesse em termos palestras, poderia ser apenas uma. Acho que são muuito válidas, mas fica bem cansativo... Podemos começar a pensar em outro momento para isso, assim como para a formatura do CFor, para as homenagens e etc. Repito: São todas válidas, mas o objetivo principal do Congresso não são as plenárias? Então deveríamos priorizar elas.

UM PESO, DUAS MEDIDAS: Não acho correto que um proponente seja o relator de sua própria proposição, seja o proponente quem for. Não acho correto que um relator tenha tempo livre para explanar sua proposição como relator enquanto todos os outros tem tempo máximo. Não acho correto que exista um peso para as pessoas "comuns" e outra medida para as pessoas... Ahn, "especiais"?

ELEIÇÃO DO DEPARTAMENTO JOVEM CENTRAL: Que dor esta eleição. Até minutos antes da votação, havia uma única chapa: Luna Conrad e Bernardo Varone (que não pode estar presente pois estava cumprindo com seus compromissos como músico do CTG Sentinela da Querência). Era a única chapa e, convenhamos, excelente chapa. Todos sabem da vivência tradicionalista dos dois e de seu histórico limpo, sem manchas, que passo-a-passo foi sendo construído com inteligência e humildade, e amadurecendo ao longo dos anos. De "surpresa", chegou uma chapa nova, no último momento... Esta que já tinha articulado seus votos. Como sabemos que já tinha feito isso? Pois várias pessoas foram para a eleição prontas para votar na outra chapa. E SE ela se apresentou apenas na hora da eleição, como que teve gente que foi sabendo que iria votar neles? Pois é... Foi lamentável. A Luna disse que não iria fazer campanha, que não era o perfil dela. Que os votos que ela recebesse fossem daqueles que conhecem o trabalho dela e sabem o que pode oferecer (muito, diga-se). Mas a votação já estava pronta e, lamentavelmente, a Luna e Bernardo (representado pela Manuela Carvalho lá) perderam esta votação. Desculpem, mas eu achei isso feio e desleal. Muito DESLEAL.

OBRA "MANUAL DO TRADICIONALISMO": Acho que este é o nome da obra. Autor: Manoelito Savaris. Proposição: Que o MTG adotasse a obra que, segundo ele, vem suprir uma lacuna que vem sido deixada nos estudos, por ser uma obra que compila todos os estudos sobre nosso Movimento com uma linguagem simples e não academicista. O autor assina uma obra que fala sobre GEOGRAFIA, HISTÓRIA, INDUMENTÁRIA, FOLCLORE, TRADICIONALISMO e não lembro se tem outros itens. Um autor só parece dominar muito de todos os assuntos e sugeria que o Movimento desde já aprovasse sua obra e a adotasse. Ah, me desculpem, mas impossível ser a favor disto. E me manifestei publicamente lá (e aqui) com meus motivos pra ser contra:

1º - A obra estava sendo lançada lá no Congresso. Como nós podemos dizer que aceitamos que ela seja uma obra adotada pelo MTG se nós, tradicionalistas, ainda nem lemos esta obra? Ela deveria ser lançada e ser sugerida para adoção quem sabe no próximo ano, para que todos pudessem analisá-la e opinarem se concordam ou não com sua adoção.
2º - Por que não aproveitamos e pensamos em um evento que faça uma mesa redonda, com apresentação de trabalhos que possam ser compilados e lançarmos então uma obra feita por todos para esta sim ser utilizada como fonte do Movimento? Pois o Movimento dispõe de muitos integrantes que são historiadores, geógrafos, folcloristas, estudiosos (enfim) que poderiam colaborar muito na elaboração de uma obra deste nível. E obras feitas por pesquisadores podem ser editadas em uma linguagem acessível (pois o Senhor Savaris defendeu sua obra dizendo que tinha uma linguagem clara, enquanto algumas obras eram mto difíceis de ler para os leigos..).
Por último, e nem por isso menos importante, disse que eu não concordo que todo o nosso entendimento em história, geografia, folclore e indumentária possam ficar resumidos nas idéias de uma pessoa só.

O autor voltou ao microfone e disse que aqueles que criticam seus escritos deveriam escrever algo melhor e brindar aos tradicionalistas com a obra.
Eu venho então, publicamente, agradecer pela sugestão e contar que ela me foi muito bem aceita!
Já teci alguns contatos e estarei trabalhando nisso neste e no próximo ano! Na minha área, claro! Minha humildade me permite saber sobre o que tenho condições de falar sobre e aquilo que não compete à alguém com minha formação. Mas, de qualquer forma, muito obrigada!

Ah, votem na enquete ao lado sobre a opinião de vocês quanto sua expectativa com a obra lançada (não vale ler antes, esta é a idéia...). Pode marcar mais de uma opção, ok?

TEMA ANUAL: Foi um bom debate. Acho que a proposição vencedora era a que melhor se encaixava para o Movimento em sua situação atual. Como disse o proponente, Hélio Ferreira, o Movimento está definhando mesmo. As bases estão enfraquecidas, sem dinheiro e sem estrutura... Abraçar a família tradicionalista, é abraçar as entidades que precisam de apoio para se fortalecer! Isso sim é união... Isso sim acaba com rixas... É um longo e árduo caminho que precisamos percorrer!!! Quanto ao tema da inclusão, ele é válido também, mas as entidades não tem estrutura para abrigar um tema tão relevante. É necessário fortalecer a base, a entidade, para que ela possa realizar um trabalho real de inclusão social. Aliás, cito uma frase genial dita pelo Toni Pereira no Congresso durante o debate: "Conheço muitos alunos inseridos em escolas. Incluídos muito poucos...". Genial, gente!! Isso é verdade!! E não podemos cometer o erro de que isso venha acontecer no meio tradicionalista! Fortalecer as bases! Esse tem que ser nosso foco para podermos dar passos maiores. Parabéns ao Hélio e à Marília que fizeram frente à esta idéia!

TEMA DOS FESTEJOS FARROUPILHAS: "Nossas Riquezas" é um tema que pode ser bem explorado sim... Mas IMAGINÁRIO SOCIAL, na minha opinião, era o ouro! Nosso imaginário social é uma das nossas grandes riquezas!! Era uma forma de deixar o conhecimento histórico menos estático e mais maleável, compreendendendo as relações da sociedade, a importância das PESSOAS nos trâmites históricos... Bom, mas vamos às nossas riquezas então...


TEMA QUINQUENAL: "MTG na campanha do combate à corrupção". Exceleeente! Temos que fazer vingar!!!!


ENCONTRO DE BLOGUEIROS E TWITTEIROS: Muito boa a idéia, liderada pelo Rogério Bastos, mas perdi de acompanhar... Não sabia o horário nem o local =/

ALTERAÇÃO ESTATUTÁRIA: Parabéns pela aprovação conquistada que traz de volta o voto do Peão e da Prenda Estadual, em nome da Gestão, para a Convenção! Uma conquista mais que merecida!! Parabéns em especial à Joelma e à Muriel, que defenderam esta bandeira com muita inteligência, coerência e capacidade!!!

É isso, pessoal! E nunca esqueçam... O objetivo das críticas é serem sempre construtivas....
Ainda insisto pelo uso de LEITORES DE CÓDIGO DE BARRAS, já que toodo cartão tradicionalista tem um. Não pode ser pra enfeite né?? Isso auxiliaria no credenciamento de TODOS os eventos!

VAMOS MELHORAR NOSSO MOVIMENTO, TORNÁ-LO MAIS DEMOCRÁTICO E BUSCAR PELA NOSSA RAIZ.

VAMOS DEBATER COM SERIEDADE E NÃO ENTENDER AS CRÍTICAS COMO "IMPLICÂNCIA", MAS REFLETIR SOBRE ELAS E FAZER COM AS QUE AS COISAS SEJAM MAIS PURAS.

VAMOS, VAMOS, VAMOS....

Uma pequena parte do que faz valer pena...
Ah, e frente tanta coisa, vi pessoas falando sobre "O que ainda me faz estar aqui com tanta coisa errada?".

As respostas sempre são parecidas, e a minha também:
AS PESSOAS pelo qual tenho tanto apreço.

Com mais um detalhe muito relevante... Pelo meu amor ao Rio Grande do Sul, por acreditar na força social que tem (e é) a cultura.

E também porque não faço o perfil de conformista. Posso viver a dar murro em ponta de faca, mas que seja... Não vou ficar me conformando e choramingando pelos cantos, falando baixinho pra ninguém me ouvir. Vou falar de forma que alguém me escute, me dar razão é apenas uma opção. E aí vem aqueles que me chamam de "polêmica", mas não se preocupem, me chamam disso desde que eu era criança, quando eu questionava as ações da Diretoria dos colégios em que eu estudei. Fui de Grêmio Estudantil e me envolvi politicamente na vida do meu mundo...

Nunca tive poderes pra mudar a realidade da minha cidade, do meu Estado ou do meu País, mas daquilo que esteve ao meu alcance eu consegui. E seguirei, pelo menos tentando.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Batalha perdida. Por enquanto...

Pois bem, meus caros...

A proposição para o Congresso (fui informada) não será votada.

Pois, segundo o artigo 70 do Estatuto, temos o seguinte:

DAS ALTERAÇÕES ESTATUTÁRIAS E DA EXTINÇÃO DA ENTIDADE
Art.  70  -  O  presente  Estatuto  só  poderá  ser  modificado,  parcial  ou  totalmente,  inclusive  quanto  à  forma  de administração, pelo Congresso Tradicionalista, em sessão convocada especialmente para esse fim, pelo Conselho Diretor ou a requerimento da maioria absoluta dos Coordenadores Regionais ou de 1/3 (um terço) das entidades filiadas efetivas ou, ainda, por deliberação do plenário do Congresso anterior.
  §  1º  -  A  emenda  só  será  considerada  aprovada  se  obtiver  o  voto  favorável  de,  no  mínimo,  2/3  (dois  terços)  da totalidade dos delegados das entidades filiadas efetivas presentes ao Congresso. 
  §  2º  -  O  projeto  de  reforma  de  que  trata este  artigo  deverá  ser  do  conhecimento  das  entidades  filiadas,  com  uma antecedência mínima  de 60 (sessenta) dias da data estabelecida para a realização do Congresso Tradicionalista em que tiver que ser votado. 

Aham, ok ok, eu conheço o (profundamente protecionista) artigo 70.
E não cumpri com suas determinações de prazo de 60 dias e talz.

MAAAS, meus caros... 
Olhem o que diz na Coletânea... 
Ou no site do MTG, onde está o pdf ESTATUTO.
  
    

Art. 36 - Compete ao Congresso Tradicionalista:
I - traçar as diretrizes, rumos e princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho;
II - promover a aproximação fraternal dos tradicionalistas;
III - estudar os aspectos cívicos, culturais e associativos do MTG, especialmente os que o caracterizam como instituição de utilidade pública;
IV - apreciar o relatório final do Conselho Diretor;
V - conhecer o parecer da Junta Fiscal sobre o movimento financeiro e as mutações patrimoniais;
Vl - destituir, por decisão de dois 2/3 (terços) de seus membros, em sessão extraordinária convocada especialmente para esse fim, o Presidente e os Vice-Presidentes do Conselho Diretor, elegendo, na mesma sessão, os sucessores;
VIl - reformar o presente Estatuto na conformidade do disposto no art. 69;
VIIl - extinguir o MTG, com observância do estabelecido no art. 70;
IX -exercer suas demais atribuições fixadas neste Estatuto e no Regulamento Geral do MTG.





O art. 69, por sua vez, diz o seguinte:

Art. 69 - No caso da entidade desenvolver atividades envolvendo recursos públicos, municipais, estaduais ou federais de qualquer natureza, ficará condicionada a observância da legislação vigente a qual esteja vinculado o convênio, acordo ou termo de parceria.

O artigo 70 é o que trata da alteração estatutária, não o 69. Mas conforme o próprio estatuto, o que deve ser observado é o artigo 69, e não o 70!

Pois bem... Fica no ar.
Na minha opinião, a rejeição para votarmos a proposição em Pelotas é improcedente. 
Ah, e teremos outras alterações estatutárias sendo votadas... 
Mas já diriam Vítor Ramil e José Fogaça...

"Nós vamos prosseguir, companheiro
Medo não há
No rumo certo da estrada
Unidos vamos crescer e andar
Nós vamos repartir, companheiro
O campo e o mar
O pão da vida, meu braço, meu peito
Feito pra amar.

(...)

Nós vamos semear, companheiro
No coração
Manhãs e frutos e sonhos
Pr'um dia acabar com esta escuridão.
Nós vamos preparar, companheiro
Sem ilusão
Um novo tempo, em que a paz e a fartura
Brotem das mãos"